Bestene garante agilidade para resolver problema de meninas contaminadas por vacina

O deputado José Bestene (PP) declarou que vai até às últimas consequências para solucionar o dilema e amenizar a dor das meninas que ainda hoje sofrem com prováveis efeitos colaterais da vacina contra o HPV. Bestene esteve à frente de uma reunião nesta quinta-feira, 28, entre a Comissão de Saúde Pública da Aleac e uma comissão de mães das 46 meninas que notificaram reações logo após ou alguns dias depois de receberem a vacinação contra o câncer no colo do útero a partir de 2017.

“Não podemos mais adiar uma resposta para estas crianças e suas mães que sofrem pelas reações jamais esperadas e pela dúvida sobre o que realmente aconteceu, porque aconteceu e como acabar com esta dor e desesperança”, declarou Bestene.

José Bestene/Foto: Reprodução

A comissão de mães luta desde 2017 por estas respostas. De acordo com a enfermeira Renata Aparecida Rossato, gerente de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), a maioria das meninas têm entre 11 e 16 anos e apenas uma tem 22 anos.

Desde que as reações começaram a ser notificadas, a Sesacre disponibilizou uma equipe de especialistas para atendimento às vítimas composta por neuropediatra, ginecologista e psicólogo. Elas também dispõem de um veículo para o transporte entre suas residências e as unidades de saúde.

“Ao mesmo tempo iniciamos um processo de investigação, que tem demorado porque muitos exames têm que ser realizados fora do Estado através do programa de Tratamento Fora de Domicílio”, argumentou Renata Rossato. De acordo com ela, os sintomas mais comuns da suposta reação à vacina são convulsões.

Ministério da Saúde

O deputado José Bestene explica que a Comissão de Saúde da Aleac terá como prioridade nos próximos dias encaminhar esta questão para o Ministério da Saúde e à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber se a causa das reações foi realmente a vacina e qual é a terapia que pode ser aplicada para reverter o problema.

“Existem profissionais de Saúde que garantem não ser um problema da vacina, pois foram milhares de meninas atendidas e apenas estas 46 sofreram reações. Há também a possibilidade de que apenas um lote da vacina estivesse com algum problema. Enfim, esta é a primeira resposta que temos que dar”, afirmou.

O deputado e médico infectologista Jenilson Lopes (PC do B) acompanha o caso desde 2017 e defende que a campanha de vacinação não seja interrompida, pois é de fundamental importância no controle e prevenção ao câncer do colo do útero, uma doença que atinge e mata milhares de mulheres no Brasil todos os anos.

Além de Bestene e Jenilson, integram a Comissão de Saúde os deputados Sargento Cadmiel Bonfim (PSDB) e Meire Serafim (MDB). Cadmiel manifestou sua perplexidade diante do sofrimento que as vítimas e suas famílias vêm enfrentando, pois eram meninas normais que de uma hora para outra entraram num estado de total dependência de suas mães.

“Ninguém pode ficar insensível diante de uma situação onde adolescentes perdem todas as esperanças de uma hora para outra. Juntos nós vamos dar uma resposta para estas famílias”, afirmou Sargento Cadmiel.

O clima na reunião foi de total consternação com os deputados chegando às lágrimas ao ouvirem os relatos das mães que superlotaram a galeria com cartazes e fotografias das meninas atingidas. Os deputados José Bestene e Meire Serafim choraram copiosamente ao saberem que muitas mães tiveram que abandonar empregos para cuidar das filhas, sofrendo com a perda de renda e de qualidade de vida.

Inconformadas com a demora por uma respostas, as mães ameaçaram retornar à Aleac trazendo suas filhas dando um ultimato para os parlamentares. José Bestene pediu um prazo maior, em função do feriado de Carnaval que praticamente inviabiliza toda a semana seguinte.

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