Presidente da Fieac dispara: “muitos agora negam relação com a Frente Popular por conveniência”

Com posse prevista para o dia 01 de julho, o presidente reeleito para o próximo quadriênio na Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac), empresário José Adriano, após um processo eleitoral polêmico, que foi parar na Justiça do Trabalho, fala ao Contilnet, entre outras coisas, sobre como fica a relação institucional com o grupo que lhe fez oposição na disputa pelo cargo, nega que queira seguir carreira política e garante diálogo com o governo de Gladson Cameli (Progressistas).

Na semana que passou, o pleno do Tribunal Regional do Trabalho, da 14ª Região, julgou ser legítimo o processo eleitoral validando os votos dos presidentes titulares de três, dos dez, sindicatos de indústrias que votaram em José Adriano, em detrimento ao pleito do grupo ligado ao também empresário Francisco Salomão, da chapa oponente.

José Adriano, presidente da Fieac/Foto: Reprodução

CONFIRA NA ÍNTEGRA A ENTREVISTA:

Contilnet: como o senhor recebe a notícia de que sua reeleição foi legitimada pelo TRT, ou seja, que foram derrotados nas urnas e na Justiça seus oponentes?

Recebi com naturalidade e serenidade. Trata-se de uma reafirmação do que sempre dissemos sobre a lisura do processo.

Há quem atribua a esse fato também uma derrota política do governo de Gladson Cameli. O senhor concorda?

De maneira alguma, não há qualquer relação aqui a enfrentamento entre grupos políticos.

Como será, então, a relação da nova diretoria eleita com o atual governo, uma vez que dizem ser o senhor ligado politicamente a Frente Popular do Acre (FPA)?

Qualquer instituição tem sua linha de trabalho de parceria com os governos, e eu desafio quem, em algum momento, não esteve ao lado da FPA. A diferença é que muitos agora tentam negar essa relação por conveniência. De minha parte, busco o diálogo institucional e acredito que o governador também.

Como ficou a relação com os empresários do grupo de Salomão? A Fieac , a seu ver, está dividida ou o acirramento da disputa pela presidência passou ?

Tenho muito respeito pelo empresário Salomão e divergimos em muitas coisas, e isso não nos afastou. Portanto não separo os empresários como meras peças em um tabuleiro. Queremos o melhor para o nosso estado, então vamos estar juntos sim independente da nossa convicção.

É verdade que o senhor pretende seguir carreira política, concorrendo nas próximas eleições ou vai se dedicar exclusivamente às pautas da indústria acreana?

Nunca quis seguir carreira política. Isso se deu por ocasião de uma angústia dos empresários que precisavam ser lembrados pelas lideranças políticas do nosso estado, não só durante o período eleitoral, e cumprimos o nosso papel. Hoje essas lideranças estão atentas aos movimentos empresariais e isso faz todo sentido, mas não queremos nada além do respeito dessas lideranças para o atendimento das nossas demandas, infelizmente nem todos encaram dessa forma e me veem como adversário político. Vou continuar trabalhando para fortalecer o setor produtivo do nosso estado, buscando nossa independência do governo federal. Nossa pauta não é exclusiva da indústria acreana, as instituições dependem umas das outras, e prego essa união das pautas, infelizmente ainda não temos essa consciência 100% mas vamos continuar lutando.

Quais são essas pautas?

A pauta de toda a sociedade acreana: redução da violência através da redução do desemprego; uma matriz energética definitiva para nosso estado; uma logística confiável com a conclusão das nossa pontes sobre o Madeira e Brasileia, anel viário de Brasileia, manutenção e conservação das nossas BRs; redução da carga tributária, incentivos para o setor produtivo, políticas públicas voltadas para o respeito ao empresário formal; reformas políticas da previdência, tributária; flexibilização da legislação ambiental, e etc. Posso listar centenas de ações, que como disse, não são só da indústria, mas de todos os acreanos. As instituições precisam cumprir o seu papel.

PUBLICIDADE