Polícia prende os possíveis assassinos da vereadora e de seu motorista no Rio de Janeiro

Estão presos no Rio de Janeiro, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira, 12, dois homens suspeitos de serem os assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes – crime cometido há um ano. São os Policiais Militares Anderson Gomes (reformado) e Elcio Vieira de Queiroz (ex-PM).

Os dois foram presos por ordem do Quarto tribunal do Júri Popular do Rio de Janeiro, Guilherme Schilling Paulo Duarte, após denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). Vieira de Queiroz é acusado de dirigir o veículo que perseguiu o carro onde estava a vereadora, e Ronnie Lessa de ter feito os 13 disparos letais. Coincidência ou não, Lessa é vizinho do presidente Jair Bolsonaro no mesmo condomínio do bairro da Tijuca, no Rio.

Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos contra Marielle, e Élcio Queiroz, suspeito de dirigir o carro/Foto: Reprodução

As informações são do site 247, a partir do jornal O Globo.  Diz o jornal que Lessa é temido pelos próprios colegas de farda, mesmo depois que se aposentou, principalmente pela expertise no manejo de fuzis. Em 28 de abril do ano passado, um mês depois do assassinato da vereadora e de seu motorista, ele sofreu um atentado, por tocaia. A suspeita é de que alguém tentou mata-lo como queima de arquivo. O sargento aposentado é o principal alvo da primeira operação conjunta da Delegacia de Homicídio da Capital e do Gaeco para prender os envolvidos nos crimes que chocaram o país.

O condomínio onde mora o provável assassino fica na avenida Lúcio Costa, no nobre bairro da Tijuca, centro do Rio, onde o presidente Jair Bolsonaro tem casa. As investigações, no entanto, não apontam para qualquer envolvimento do presidente e de seus familiares com o caso. Pode ser mera coincidência, inclusive que o presidente e o assassino, por vizinhos, se conhecessem, alertam as autoridades que investigam o caso.

Aliados da vereadora, como deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), não aceitam a versão de crime motivado por vingança em relação ao trabalho da vereadora ou motivação passional. De acordo com o parlamentar, os assassinos sequer conheciam a vereadora, o que o leva a crer que o crime foi de encomenda. “São prisões importantes, embora tardias. É preciso saber quem mandou matar”, disse o deputado, que aponta como mandantes pessoas envolvidas com as milícias que agem no Rio de Janeiro.

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