Briga pelos holofotes
Deputados do PT e PCdoB têm visto seus esforços semanais para se firmarem no papel de opositores do atual governo de Gladson Cameli (Progressistas) ofuscados pela ‘concorrência’. Com isso, o protagonismo que lhes deveria caber, na Aleac, tem sido dividido com alguns integrantes da base de apoio do governo na Casa.
Mudança de hábitos
Há que se fazer duas considerações a respeito desse assunto: a primeira é que a atual oposição se acostumou, no decorrer dos últimos 20 anos, a ser governo, e certamente o período de readaptação carece de tempo. E a segunda é diametralmente oposta à primeira, com deputados da base tendo condicionado seus comportamentos como oposicionistas ao PT. É bem mais difícil mudar hábitos arraigados que o governante de plantão.
Rebeldia indomável
O emedebista Roberto Duarte Júnior é de longe o deputado da bancada de sustentação governista que até agora causou mais estragos à imagem de Gladson Cameli. O recém-chegado Fagner Calegário (PV) vem em seguida. O restante do grupo dos ‘rebeldes’ é composto por Meire Serafim (MDB), que pouco se pronuncia da tribuna, e por esses dias reforçado pela também emedebista Antonia Sales, que fez duro discurso contra o caos que vive a saúde pública – ainda que ela tenha mordido e assoprado, citando a herança maldita deixada pelo antecessor de Gladson, Tião Viana (PT).
Contrapeso
Na tentativa de contrabalançar o fogo amigo, o deputado Neném Almeida, do Solidariedade (SD), tem se empenhado na defesa da nova gestão estadual bem mais até do que o líder do governo na Aleac, Gehlen Diniz (Progressistas).
Afã pessoal
O voluntarismo de Neném Almeida é tão descarado que ele até já foi citado por um colunista da taba, segundo o qual Diniz deveria ficar atento à movimentação do colega, certamente pela avidez do primeiro em assumir o papel de líder do governo na Aleac.
Vaias para ele
Na ânsia de mostrar serviço, o deputado do SD chegou a ser vaiado, nesta quarta-feira (13), pelos cooperados da Coopserg, que foram aos montes clamar aos parlamentares a intermediação de uma conversa com Cameli sobre a situação salarial na cooperativa.
Excessivo
Com três meses de salários atrasados, os cerca de 900 cooperados da entidade não aguentaram o discurso xucro e inoportuno de Neném Almeida em defesa da nova gestão, como se o problema não lhe dissesse respeito. E se manifestaram, em uníssono, contra a exagerada salvaguarda demonstrada por ele ao chefe do Executivo Estadual.
Perguntar não ofende
Se, conforme nos ensina o ditado, em terra de cego quem tem olho é rei, não haverá de surpreender que as majestades reúnam entre seu séquito alguns súditos com cegueira irreversível. Ou Neném só quer mamar?
Como as coisas mudam…
O pior de tudo é que o deputado do Solidariedade chegou ao Parlamento Estadual sobretudo em decorrência de sua atuação como dirigente sindical da classe dos bancários. Estranha, então, que esteja agora, no caso relativo aos prestadores de serviço da Coopserge, fazendo o jogo do patrão.
Melhor calar, né?
De volta aos opositores do PT e PCdoB, os açoites dados pelos aliados no governo amigo por vezes são mais eficazes que quaisquer considerações que possam tecer sobre a administração pública. Até porque sobre eles pesa, ainda, a nuvem negra de um governo que destroçou as finanças estatais.
De volta ao princípio
Astério Moreira, colunista político com rápida passagem pelo ContilNet, de onde mudou para o ac24horas, tem manifestado a pessoas próximas sua intenção de disputar a Câmara Municipal de Rio Branco.
O poder é doce
Com a iniciativa de disputar uma cadeira no Legislativo Municipal de Rio Branco nas eleições de 2020, Astério volta ao princípio – já que iniciou, ali mesmo, na Câmara, uma carreira política interrompida pelo excesso de esperteza do governador Tião Viana, responsável por encher o PEN de deputados e inviabilizar a candidatura de quatro deles.
Registro
Dizem que voltar ao poder é sempre bem mais difícil que chegar a ele. Ainda assim, a coluna deseja boa sorte ao colega de profissão.
Tô nem aí!
O jornalista Salomão Matos postou nesta quarta-feira (13), em grupos do aplicativo WhatsApp, que pediu ao prefeito de Porto Acre, Bené Damasceno (Pros), a cessão de uma caçamba para ser usada no serviço voluntário de uma operação tapa-buracos realizada por taxistas da região na estrada que liga o município a Rio Branco. Segundo Matos, Bené Damasceno teria se negado a ajudar, argumentando que a responsabilidade pela rodovia é do governo estadual e não da prefeitura.
Cada um por si!
Segundo a publicação de Salomão Matos, os taxistas contabilizam prejuízos diários e colocam as próprias vidas e dos passageiros em risco devido às precárias condições da estrada interestadual.
Choro e ranger de dentes
O jornalista diz ter procurado também o secretário de Infraestrutura do governo do estado, Thiago Caetano, e este alegou que a Seinfra não dispõe sequer de óleo diesel para abastecer seus veículos, devido às dívidas deixadas pela gestão do petista Tião Viana.
Nem mel, nem cumbuca
Caetano se disse ainda impedido de ceder um caminhão tipo caçamba para o transporte de barro, sob a justificativa de que o único existente na Secretaria de Infraestrutura está com os pneus carecas.
Discurso aloprado
O deputado estadual Jonas Lima (PT) chamou de ‘louco’ o presidente Jair Bolsonaro (PSL). E acrescentou que por isso ele não teria condições de governar o país. De minha parte, prefiro um doidivanas – que não creio ser o caso do novo presidente da República – à lucidez etílica de quadrilheiro que rapinou os cofres públicos e empurrou a Nação para o abismo, do qual ainda seguimos lutando para sair.
De louco todos temos um pouco
Loucuras há de todos os tipos, e quero lembrar uma, protagonizada em 2017 pelo prefeito do município de Mâncio Lima, Isaac Lima, irmão e correligionário do deputado estadual petista.
Cidade limpa
Certamente obcecado por limpeza, Isaac Lima mandou licitar a compra de lixeiras para o município, em um montante superior a R$ 412 mil. O detalhamento do pregão foi publicado no Diário Oficial do Estado no dia 12 de maio de 2017, e relatado por mim em matéria que pode ser lida aqui.
Reportagem
Consultado por mim, o pregoeiro da prefeitura afirmou que as lixeiras custariam entre R$ 305 (as menores) e R$ 398 (as maiores). O cálculo feito pela média do valor dos produtos me levou ao resultado de que os R$ 412 mil seriam suficientes para a compra de 1.100 lixeiras, quando um levantamento feito pela Secretaria de Obras do município apontava a necessidade de apenas 200. Segundo dados do IBGE na época, Mâncio Lima abrigava pouco mais de 17 mil habitantes.
Pra finalizar
Fiz a reportagem, e o escândalo levou o prefeito do PT a anular o edital e convocar as empresas a apresentarem novas propostas de preço. Com a retificação, o valor do contrato caiu para R$ 79,8 mil – uma diferença de R$ 332,9 mil em relação ao pregão anterior. A quantidade de recipientes de lixo também diminuiu de 1,1 mil para 230 unidades. No fim das contas, a lucidez venceu a sandice.