Portaria de Bolsonaro transfere colônias de pescadores e sindicatos para as prefeituras brasileiras

Bocado comido, bocado esquecido

No dia 11 de abril de 2014, o então governador Acre do Tião Viana (PT) destacava, em postagem no Facebook, o que chamou de “avanço progressivo no transporte de cargas pela BR-364 em RO”, acrescentando que no dia anterior 32 carretas haviam passado pela rodovia. Segundo ele, o número era 10% maior que a média diária normal. Tião se referia ao emprenho da presidenta Dilma Rousseff em garantir o abastecimento do Acre, então ameaçado pela obstrução da via em decorrência da enchente do Rio Madeira. E tratou de exaltar a companheira.  

Final infeliz

Pois bem, defensor empedernido daquela que foi alvo de um processo de impeachment, o qual acabou por expurgá-la não apenas do Palácio do Planalto, como também da política nacional, jaz solenemente esquecida tanto por Tião quanto pelos companheiros, que a mantém trancada no congelador.

Tudo tem limite

A propósito das ofensas de que fui vítima, na coluna anterior, por parte de um canalha que nem ao menos coragem tem de se apresentar com a verdadeira identidade, a isso preferindo se esconder em um perfil falso no Facebook, informo que ele será devidamente denunciado à Polícia Federal e, uma vez desmascarado, terá de me enfrentar no tribunal. Paciência tem limite, como também deveria ter a vigarice dos destemidos que costumam proferir insultos e calúnias camuflados pelo anonimato.

Curto e grosso

Quanto ao segundo, não menos zangado que o primeiro, ainda que menos descortês nas críticas que me dirigiu, respondo da seguinte forma à exigência de que a coluna comentasse a saída de Rogério Wenceslau do governo Cameli: bobinho, a ascensão e a queda fazem parte do jogo político, sobretudo em se tratando de ocupantes de cargos em comissão. E se nesta coluna abordo os assuntos que julgo relevantes, recomendo ao queixoso que aprenda a escrever, supere com esforço próprio a linha a separar recrutas e veteranos desta profissão e trate de fazer jus a um espaço em que possa expressar suas opiniões. Enquanto isso não ocorrer, serei a decidir o que será ou não tratado por aqui.

Decisão polêmica

Portaria publicada pelo governo Jair Bolsonaro em janeiro transferiu todas as funções das colônias de pescadores e sindicatos para as prefeituras brasileiras. A Medida Provisória 871 determina que a partir de 2020 o cadastro dos sindicalizados terá que ser feito exclusivamente pelo Poder Púbico Municipal.

Justificativa

A meta, segundo os interlocutores do governo, é impedir que se repita a emissão fraudulenta de carteira de pescador profissional a quem nem mesmo sabe como se coloca uma minhoca no anzol. E tudo para garantir a eleição de parlamentares estaduais e federais.

Fisgando votos

A ideia pode até ser fruto da boa-fé dos seus idealizadores, mas como diz o velho ditado popular, de boas intenções o inferno está cheio. Em outras palavras, a corrupção só vai mudar de endereço – e em alguns será agravada pelo mau-caratismo de gestores que só se preocupam em fisgar votos.

Convicção

O presidente da Colônia de Pescadores do município de Cruzeiro do Sul, vereador Elenildo da Pesca (Progressistas), afirma que a tentativa do governo Bolsonaro em corrigir um problema pode acarretar outro ainda pior.

 

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