Para o Rio de Janeiro foram sete alunos da Escola SESI/AC. Todos com idade entre 13 e 14 anos. Decidiram aceitar o desafio de participar da inovadora competição “Fórmula 1 nas Escolas” (F1 Schools) organizada pelo SESI Nacional dentro de um evento maior, o Festival SESI de Robótica, no período de 15 a 17 de março. Em pouco tempo, aproximadamente dois meses, formaram a escuderia Jungle Stars (Estrelas da Selva), desenvolveram protótipos de mini carros de corrida em parceria com o Instituto SENAI de Tecnologia, conquistaram patrocinadores e lá foram eles. Os únicos alunos de ensino fundamental em meio aos grandes, já às portas do ensino superior.
“Somos a equipe Jungle Stars da Escola SESI Acre e hoje vamos apresentar o processo da criação da nossa identidade visual, o que ela representa. Privilegiados por morarmos na Floresta Amazônica, decidimos homenagear a maior riqueza do mundo através da árvore Seringueira, também conhecida como Árvore da Família. A estrela vermelha representa o sangue dos bravos que lutaram para anexação do estado do Acre ao Brasil. Assim, como uma família, nossa equipe irá lutar para vencer todos os desafios propostos nesse projeto e na vida”, diz o relato no perfil da equipe no Instagram (@equipejunglestars).
Orientados pela técnica e professora Maria Gorete Matos, o grupo terminou em 9º lugar geral – chegando a ficar em 4º no primeiro dia de competição. Tal como uma empresa propriamente dita, disputou de igual para igual com mais 16 equipes, elaborando plano de negócios, marketing, mídias sociais, ação social (“Leitores do Amanhã”, com o grupo de idosos Comunidade Menino Jesus) e, é claro, participando dos testes dos protótipos com mini corridas, com os veículos sendo impulsionados apenas por um cartucho de gás carbônico (CO2). Segundo Matos, o protótipo da Jungle Stars chamava bastante a atenção dos visitantes.
PRESSÃO – “Nosso carro era muito cobiçado, diferente dos outros. Infelizmente, ele quebrou, assim como também acontece nas competições de Fórmula 1, e perdemos apenas para os campeões (Bahia). Isso é mais um incentivo para nós continuarmos com o projeto. Tudo o que foi proposto para os alunos, eles cumpriram com louvor. Aprendi muita coisa com os alunos, eles fizeram muito bonito”, elogiou a professora. “No primeiro dia, tivemos um resultado muito bom. Ganhamos todas as cinco corridas. Foi uma ótima experiência”, relatou o piloto e engenheiro chefe da escuderia, Pedro Henrique Antunes, 13. “Sempre fui muito tímido e nunca me imaginei numa situação como aquela, naquela pressão. Foi um momento muito difícil, mas acho que consegui fazer boas escolhas na competição”, disse ele.
Para a gerente da equipe, Maria Luísa Crispim, 13, foi uma experiência incrível. “O que mais me chamou atenção nesse projeto é que conseguimos levar muita coisa para a nossa vida. Só temos a agradecer o apoio do SESI, eu me sinto privilegiada de estudar em uma escola que nos dá a oportunidade de participar de uma competição como essa. Pedimos que não deixem de apoiar projetos como esse, pois acrescenta muito ao nosso crescimento”, garante.
CONTEXTO – O programa F1 nas Escolas nasceu na Inglaterra e é organizado em mais de 40 países. No Brasil, esta foi a quarta edição, a primeira organizada pelo SESI. O Torneio SESI F1 nas Escolas é um programa educacional oficialmente vinculado à Fórmula 1, no qual estudantes da rede SESI de 14 a 18 anos são desafiados a criar uma empresa que funciona como uma escuderia. Eles utilizam diversos recursos tecnológicos para projetar, modelar e testar um protótipo de um mini carro de F1. A equipe vencedora vai representar o Brasil no mundial, que ocorrerá em um circuito oficial de Fórmula 1, em Abu Dhabi.
De acordo com o superintendente do SESI/AC, João César Dotto, a instituição começou, nacionalmente, a se posicionar em duas grandes áreas: saúde e segurança na indústria (SSI) e educação – básica e tecnológica. “Então, nossos alunos já fazem parte dessa história, desse novo momento. Foi uma experiência fabulosa. Não é uma simples competição de corrida de carrinhos. Um aluno que participa de um projeto desse vai ter muito amadurecimento. Vai se envolver com marketing, venda, engenharia, ciência, tecnologia, matemática. Esse é o posicionamento estratégico do SESI”, definiu.
A diretora da Escola SESI, Maria Regiana da Costa, destaca a valentia dos alunos acreanos, que não se intimidaram com os competidores de outros estados, com mais idade e mais avançados nas disciplinas abordadas no evento, como física e matemática. “Agradecemos muito ao SENAI por essa parceria e demais parceiros que nos ajudaram muito. Motivados do início ao fim, cada aluno teve sua contribuição para o êxito que tivemos nessa primeira experiência. Não podemos parar. Nossos alunos já fazem parte da história do projeto F1 Schools, e já está sendo estudada sua introdução no currículo das escolas do SESI”, informou a educadora.
COMPROMISSO – O gerente de marketing e mídias sociais do grupo, João Vítor Aguiar, 13, destaca que a palavra que define para este momento é “agradecimento”. “Isso vai ser muito importante para a nossa vida. Vamos nos lembrar do SESI quando estivermos no ensino médio e no nosso emprego”.
Fã de Fórmula 1, o presidente da FIEAC e diretor regional do SESI, José Adriano, fez questão de acompanhar o desempenho da equipe ao vivo e ficou impressionado com o que viu. Na recepção que fez aos alunos na última quinta-feira, 21 de março, foi categórico ao afirmar que se emocionou com os resultados e sentiu orgulho de estar junto com a escuderia acreana.
“Vi o quanto são talentosos, responsáveis e focados. Os resultados me deixaram muito contente e hoje firmo um compromisso com este grupo. Quero que ele seja mantido para que possa se capacitar ainda mais para as próximas competições, pois queremos dar continuidade a esse projeto. O trabalho só começou”, parabenizou o empresário. “Faço uma relação muito direta entre Fórmula 1 e a realidade. Não importa se você saia na pole position (primeira posição) ou na última posição. O que importa para a vitória é ter a melhor equipe e as melhores condições”, finalizou.
Assessoria FIEAC