Polícia encontra bitucas de cigarro em andaimes onde começou incêndio de Notre-Dame

A polícia francesa encontrou sete bitucas de cigarro nos andaimes de restauração onde começou o incêndio que devastou parte da Catedral de Notre-Dame de Paris, revelou nesta quarta-feira (24) o jornal “Le Canard Enchaîné”.

Alguns operários que trabalhavam na restauração do pináculo (uma espécie de torre) admitiram aos investigadores que, descumprindo as ordens de segurança, fumavam nos andaimes, acrescentou a publicação.

Apesar disso, os investigadores trabalham mais com a hipótese de que o incêndio começou devido a um curto-circuito, segundo o jornal.

Foram reveladas irregularidades nas instalações elétricas –especificamente no cabo para alimentar um jogo de sinos que estava no pináculo (uma espécie de torre, que foi destruída pelo fogo) e outro sob a mesma, e que percorria a viga de madeira da catedral.

Trabalhadores no teto da catedral de Notre-Dame na terça (23)/Foto: Christophe Archambault / AFP

Esse dispositivo foi autorizado, de forma provisória, em 2012, a pedido dos clérigos de Notre-Dame durante as obras de restauração dos campanários principais, para eletrificar esses sinos para que os originais pudessem ser substituídos.

Segundo o “Le Canard”, este nunca foi substituído, ainda era utilizado, e sobre ele foi instalado o andaime para a restauração do campanário.

Os investigadores determinaram que os sinos do campanário soaram no dia do incêndio às 18h04 local (13h04, em Brasília).

Incêndio na Catedral Notre-Dame, em Paris — Foto: Rodrigo Sanchez/G1

Doze minutos mais tarde, houve o primeiro alerta de detecção de fumaça no posto de segurança da catedral, e cinco minutos depois, soou o primeiro alarme de incêndio.

Nesse momento, foi iniciada a evacuação dos pessoas que estavam na igreja.

Como os dois oficiais de segurança enviados para verificar as chamas não as encontraram, pensaram que era um falso alerta e pediram que os fiéis ficassem.

Os oficiais foram ao local errado para procurar o possível incêndio, segundo o jornal. A empresa de segurança privada responsável pelo monumento afirma que eles foram ao ponto correto, no entanto.

Por volta das 18h30 (13h30, em Brasília) voltaram a soar os alarmes e, nesse momento, os fiéis foram evacuados e, entre dez e vinte minutos mais tarde, os agentes localizaram o incêndio na base da estrutura.

Às 18h51 (13h51, em Brasília) os dois oficiais de segurança alertaram os bombeiros, que chegaram em aproximadamente dez minutos, mas quando o incêndio já tinha tomado grandes proporções.

A instalação anti-incêndios, afirmou o jornal, estava projetada para apagar um fogo inicial, mas com os atrasos para localizar o foco, ele se tornou grande demais.

Apenas com a chegada de reforços, equipados com mangueiras mais potentes, foi possível começar a lutar contra as chamas, embora tenha sido tarde para salvar a cobertura.

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