Fábio Porchat falou sobre sua saída da Record e os projetos atuais no “Luciana By Night” de terça-feira (23). Quarenta dias depois de ter dito no The Noite” que “os apresentadores da Record sabem que estão na m*** e se ajudam”, o apresentador garante que sua despedida da emissora foi amistosa.
“Toda vez que dou entrevista querem que eu fale mal da Record. Toda emissora tem problema, não é essa a questão. Achei que o programa estava bom, a crítica falando bem, o público gostando. Eu estava super feliz, mas pensei: ‘Será que o programa vai ter mais um ano de vida? Será que eu consigo mais 250 convidados interessantes com boas histórias?'”, afirma.
“Eu já tinha entrevistado o Ronnie Von três vezes, a Ticiane Pinheiro, cinco. [Pensei] ‘Acho que agora é a hora de parar’. Foi uma decisão artística, totalmente consciente. Saí da Record de boa. Falei ‘não quero ter um programa com audiência, que falem bem, quero dizer eu gostei”, pondera.
Humor
O humorista dá sua opinião sobre o politicamente correto. “Não é ruim, ele te faz pensar. Muita gente fazia uma piada e, se alguém se ofendesse, dizia: ‘Ah, nem pensei na hora’. Não é muito ruim a gente falar uma coisa que a gente nem pensou? É melhor falar o que pensou. Em 2020 a pessoa quer lutar para fazer uma piada racista?”, questiona.
“Não existe isso de que fazer humor está difícil. Acho que os tempos mudaram para todo mundo. Fazer publicidade está diferente, fazer jornalismo está diferente, fazer programa de televisão… Está tudo diferente, mas a gente tem que se adaptar”, continua.
Ele lembra o “Tudo pela Audiência”, que apresentou entre 2014 e 2016 no Multishow ao lado de Tatá Werneck. “A gente zoava, sacaneava e eu acho que a gente devia ter sido preso. Ela é genial, o máximo, rápida, ágil .A Tatá beijou o João Kléber de língua, cara!” Fazer o programa com ela foi sensacional”, vibra.
Machismo
No ar na série “Homens”, no canal Comedy Central, Porchat fala dos tabus do sexo masculino e do machismo entranhado na sociedade. “Os homens não estão sabendo se posicionar no mundo de hoje. Todo homem é machista, eu também, claro. Lógico que não sou machista babaca que pega na bunda da mulher passando”, explica, citando um exemplo.
“Na estreia de ‘Jurassic Park’ eu ganhei uma máscara de dinossauro. Pensei em dar para sobrinho de uma amiga minha e minha mulher falou: ‘Por que você não dá para a Nina, filha da Miá [Mello]? Ela vai amar’. Eu disse: ‘Não, isso é um brinquedo meio bruto, mais de menino’. Ela rebateu: ‘Por que é de menino?’. Respondi: ‘É, sei lá’. Realmente, fui machista”.