Os 12 mil estudantes da Universidade Federal do Acre (Ufac) do Campus em Rio Branco e do Campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, que se dividem em 34 cursos na Capital e pelo menos 12 no interior, vão fazer uma paralisação de advertência no próximo dia 15 de maio. Na manhã desta sexta-feira (03), os estudantes já começaram a articular uma grande reunião para a próxima quarta-feira (8), quando serão estabelecidos os detalhes da paralisação do dia 15.
A paralisação vai ocorrer um dia antes de uma reunião em Brasília do ministro da Educação, Abraham Weintraub, com os reitores das 68 universidades públicas do Brasil, incluindo a do Acre, cuja reitora, Margarida Aquino, apoia o movimento dos estudantes e dos servidores administrativos e técnicos da instituição. Após a paralisação do dia 15, alunos, professores e técnicos da Ufac devem se decidir por uma greve geral que deve ser desencadeada em todo o país.
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As informações foram dadas nesta sexta-feira (3) pelo presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) Ufac, Ricardo Brilhante, ao admitir que o anúncio do corte de verbas, que pode inviabilizar o funcionamento da instituição já no segundo semestre de 2019, prejudica o conjunto dos estudantes. “Nossa mobilização é no sentido de fazer com que o ministro e outras autoridades da Educação no governo federal percebam a gravidade deste momento e da situação difícil que o governo federal pode criar para a universidade brasileira”, disse Brilhante.
A reitora Guida Aquino reuniu-se com diretores de centros acadêmicos e membros da administração superior para tratar de cortes no orçamento da instituição, realizado pelo governo federal, no valor de R$ 5,8 bilhões, o que reflete em perda de 25% na verba de custeio e capital, e do anúncio do ministro Weintraub segundo o qual os recursos das universidades públicas, além do que já foi contingenciado, serão cortados a média de 30 por cento. “Se isso acontecer de fato, nossa universidade ficará inviabilizada e sem condições de funcionamento”, disse à reitora, ao ContilNet.
O anúncio de corte de verbas das universidades públicas do país não foi feito oficialmente ainda pelo Ministério da Educação. O que houve, neste sentido, foi uma entrevista do ministro à imprensa anunciando o corte. “Se isso acontecer, vamos perder no mínimo R$ 15 milhões, que são fundamentais para o funcionamento da instituição”, disse a reitora. A reunião dos reitores com o ministro, dia 16 de maio, em Brasília, é um tentativa de pressioná-lo a rever sua decisão.
Por isso, o apoio dos professores e técnicos do quadro da Ufac à mobilização dos estudantes. Professores, técnicos e alunos esperam que, com um forte movimento de rejeição às medidas do ministro da Educação, o governo do presidente Jair Bolsonaro recue na proposta de cortes ao orçamento.