Senador traz ministro do Meio Ambiente ao Acre para pautas sobre o rio e integração

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, cumpre agenda no Acre no próximo dia 27. Ele vai à Xapuri e Cruzeiro do Sul, além de visitar o canal do Parque da Maternidade, onde o Rio Acre recebe dejetos da cidade atirados in natura na natureza.

Ministro vem ao Acre a convite do senador Márcio Bittar/Foto: ContilNet

As agendas do ministro no Acre fazem parte de pautas do mandato do senador Márcio Bittar (MDB), que o está trazendo ao estado para dar prosseguimento aos dois principais eixos de sua atuação parlamentar: a ligação comercial e cultural do Brasil com o Peru através do Acre e o início de estudos para buscar soluções aos problemas das enchentes e da cheia do rio. Salles verá inclusive um filme sobre os problemas no rio.

Em Xapuri, o ministro deve visitar a casa de Chico Mendes, o local onde o ambientalista foi assassinado em dezembro de 1988 e conhecer a proposta das reservas extrativistas. Ricardo Salles deve ir, inclusive, a uma colocação da reserva que leva o nome do sindicalista, uma das maiores do estado.

Em Cruzeiro do Sul, Salles deve se reunir com os oito prefeitos da região do Juruá, para discutir a possibilidade de liberação de pelo menos R$ 20 milhões para investimentos nos municípios locais. Mas o principal objetivo da visita  são os primeiros estudos sobre a possibilidade de continuidade da BR-364 ligando o Brasil ao Peru, por estrada, na região.

Além de Rio Branco, ministro visitará Xapuri e Cruzeiro do Sul/Foto: ContilNet

“Temos o sonho, que tem que se tornar realidade, de um acordo profissional e técnico entre o Brasil e o Peru, para acesso ao Oceano Pacífico através do nosso Vale do Juruá. Ali é onde a Cordilheira baixa e a geografia nos coloca mais perto, do que qualquer outro estado da federação, de boa parte da costa norte-americana e do continente asiático também”, disse Márcio Bittar, numa referência ao fato de que o acesso ao Oceano Pacífico, através do Peru, diminui o acesso ao Estados Unidos e a Ásia em pelo menos 25 mil milhas náuticas se for levada em consideração a distância brasileira a partir dos Portos de Santos, em São Paulo, ou de Paranaguá, no Paraná, no Oceano Atlântico.

“É isso que vai tirar o Acre do atoleiro econômico e vai garantir às futuras gerações prosperidade”, disse o senador. “Há uma possibilidade real que os dois presidentes, o do Brasil e do Peru, se encontrem em novembro, aqui no Acre. Os presidentes só se encontram para anunciar algo concreto, que seria a criação de um comitê binacional entre o Brasil e Peru no qual toda a inteligência dos dois países se encontrem para levantar todas as possibilidades e todos os desafios que nós temos que vencer. É um processo”, disse

A vinda de Ricardo Salles ao Acre, de acordo com o senador, faz parte deste processo. Por isso, na manhã desta sexta-feira (10), Márcio Bittar esteve nas sedes do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e na Secretaria de Meio Ambiente para convidar o diretor da instituição e o secretário, respectivamente, André Hassem e Israel Milani, para que eles tomem parte na agenda do ministro no Acre, já que respondem pela política ambiental do estado.

“Além de acenar com ajudas concretas para resolver problemas como o do Rio Acre, das cheias e da escassez de água no verão, o ministro vai conosco à Cruzeiro do Sul para ver onde a BR-364 está terminando e onde ela tem que continuar para a saída para o Peru. Nós vamos ter um encontro lá com os oito prefeitos e outras lideranças da região. A ideia é que a gente construa consenso para que o governo Bolsonaro perceba que o nosso Estado deseja essa saída e esse acordo com o Peru”, informou.

Em Rio Branco, de acordo com Márcio Bittar, o ministro vai ao local onde o canal do Parque da Maternidade deságua o esgoto a céu aberto no Rio Acre. “A ideia é fazer com ele perceba como nós precisamos da ajuda do Ministério do Meio Ambiente para resolver isso”, disse o senador. O ministro verá também, além de filmes sobre as cheias e vazantes do rio, um documentário feito por engenheiros numa expedição às cabeceiras do rio, “até onde foi possível ir”.

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