Pelo menos 74 médicos que exercem a profissão no Acre têm processos investigativos, por meio de sindicância, abertos no Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) e entre os casos já apurados, cinco são por propaganda enganosa de especialização, por meio das redes sociais.
“Os casos estão se multiplicando por meio das redes sociais, mídias eletrônicas. Em um outdoor, ou uma coisa desse tipo, os médicos, na maioria das vezes, são mais cuidadosos e fazem tudo com rigor. Mas, às vezes, na rede social, o médico acaba cometendo erros e deslizes e que precisam ser chamados a atenção.”, disse o secretário do CRM-AC e médico, Virgílio Prado.
De acordo com o médico, o problema não é a atuação do médico em diversas áreas da especialização, mas a divulgação afirmando que é especialista em determinada área da saúde sem a devida qualificação.
“O médico quando se forma está apto, cadastrado no Conselho e apto a atuar em todas as especialidades. Mas, o especialista precisa dar mais alguns passos. No geral, é feita uma residência médica com uma carga horária extensa, às vezes até maior que a da graduação médica. Após cumprida essa etapa é que o médico adquire o direito e pode divulgar uma especialidade”, orientou.
Segundo ele, está sendo organizada uma campanha de valorização do título de especialista do médico. Atualmente, 1.014 médicos estão cadastrados no CRM-AC e, destes, 488 têm alguma especialização registrada.
Orientações aos pacientes
Para saber se o médico que consulta tem, de fato, a especialidade anunciada, o paciente pode entrar no site do Conselho Federal de Medicina e verificar se o profissional possui o Registro de Qualificação de Especialista (RQE).
“Lá tem um link que você encontra informações de qualquer médico em qualquer parte do Brasil dando apenas o nome completo do médico, ou o estado que atua ou a especialidade que ele tenha. O médico que tenha sua especialidade devidamente cadastrada vai aparecer o nome da especialidade. Ao lado aparece um número que é o RQE, número que o médico adquire quando mostra os diplomas ao Conselho quando conclui a especialidade”, pontuou.
Em caso de irregularidade, o paciente pode enviar um e-mail para o Conselho denunciando o caso. “A pessoa mandando um e-mail devidamente identificado colocando os dados como RG ou CPF e encaminhar para o Conselho de Medicina já conseguimos fazer a apuração”, finalizou.