Gêmeas siamesas separadas por cirurgia se reencontram pela 1ª vez

Mel, uma das gêmeas siamesas separadas por uma cirurgia inédita no DF, recebeu alta da UTI nesta terça-feira (21). A irmã dela, Lis, continua na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital da Criança de Brasília e, segundo o avô, Edilson Neves, passa bem.

Uma das gêmeas siamesas Mel, separadas por uma cirurgia inédita no DF, recebeu alta — Foto: Arquivo pessoal

Uma das gêmeas siamesas Mel, separadas por uma cirurgia inédita no DF, recebeu alta/Foto: Arquivo pessoal

“A Mel teve alta hoje, às 10h30 e está no apartamento da enfermaria. É um avanço muito grande”.
Mel e Lis nasceram no dia 1º de junho de 2018 e ficaram unidas pela cabeça por 10 meses. Elas foram separadas em abril, durante um procedimento de alta complexidade, todo feito pelo SUS.

A cirurgia, dividida em 36 etapas, começou às 6h30 do sábado, 27 de abril e só terminou às 2h30 de domingo, 28. Nesta terça, elas se viram pela primeira vez após o procedimento (veja vídeo abaixo).

Conforme o avô, Lis ainda necessita de cuidados maiores, mas a expectativa é de que logo as netas poderão ficar no mesmo quarto.

Cirurgia de separação das gêmeas no Hospital da Criança — Foto: Humberto Sousa/Divulgação

Cirurgia de separação das gêmeas no Hospital da Criança/Foto: Humberto Sousa

“O próximo passo é esperar que Lis tenha alta e possa se juntar com a irmã, na enfermaria.”

Segundo o neurocirurgião, Benicio Oton de Lima, que acompanha a evolução das gêmeas, os procedimentos agora são de troca de curativos. Mel e Lis passaram por uma cirurgia plástica na cabeça, próximo da testa, no local onde estavam unidas.

O médico afirma que Mel vai começar a fisioterapia e Lis continua em processo de recuperação com “os cuidados dia a dia”.

Crianças se encontraram nesta quinta-feira/Foto: Reprodução

Cirurgia complexa

Mais de 50 profissionais participaram da cirurgia de separação das gêmeas no Hospital da Criança de Brasília José de Alencar. Foi o primeiro procedimento do tipo no Distrito Federal, o terceiro no Brasil e o décimo no mundo.

Considerada “raríssima” pelos médicos, ela durou cerca de 20 horas. Segundo a equipe, não havia veias ou artérias ligando o cérebro das meninas, mas o processo, além de raro, exigia extremo cuidado.

No local onde os cérebros delas ficavam encostados não existia nenhuma membrana revestindo o sistema nervoso. Antes da cirurgia, a equipe colocou bolsas de silicone, enchidas semanalmente com soro, que serviram como preparação para a separação.

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