Nova secretária de Saúde tem experiência em gestão, já atuou no Acre e ganhou prêmios

A nova secretária de Estado de Saúde do Governo do Acre, Mônica Feres Kanan Machado, que vai substituir o odontólogo Alysson Bestene, é uma médica pediatra que atuava no bairro do Cruzeiro e Ceilândia, em Brasília, no Distrito Federal, e já atuou Acre, entre 1999 a 2001, na gestão inicial do então governador Jorge Viana, na Maternidade “Barbára Heliodora”, quando o tradicional hospital acreano chegou a ganhar prêmios pelos cuidados com na área neonatal.

A médica e nova secretária é numa especialista da área e terá a responsabilidade de destravar o setor de saúde do Acre, no qual, na expressão do governador Gladson Cameli, que a convidou para o cargo e a apresentou em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (3), “há uma espécie de cabeça de burro” enterrada” e faz com que nada na área dê certo. Ela vai substituir ao odontólogo Alysson Bestene, que não foi exonerado e, pelo contrário, continuará prestigiado pelo governador.

Médica atuou no Acre entre 1999 e 2001/Foto: ContilNet

“Ele será meu braço e direito e continuar nos ajudando na área de saúde”, disse o governador, que tomou para si os eventuais erros cometidos por Bestene na condição da secretária de Saúde nesses cinco meses e três dias. “Eu deveria ter tomado algumas decisões que não tomei no início da gestão e por isso os erros são meus. A minha relação com o Alysson transcende à questão política e eu não tenho o que reclamar dele em lealdade e em vontade de nos ajudar”, acrescentou Cameli. O governador disse também que não comunicou de sua decisão de substituição ao deputado estadual José Bestene, presidente de seu Partido (o PP) e tio de Alysson, porque a indicação do então secretário não era de iniciativa do parlamentar. “A responsabilidade de nomear foi minha”, disse.

Sobre a nova secretária, Gladson Cameli disse que a convidou em função das informações de sua boa gestão no hospital no qual trabalhava no Distrito Federal, as quais obteve em suas andanças em busca de gestões de referência no sistema de saúde no país. Admitiu que, antes de se fixar no nome dela, convidou outras pessoas, também de fora do Estado, para que estas o ajudassem na área da saúde, mas os convidados – cujos nomes ele não revelou – não aceitaram.

Mônica Feres disse que o Acre e a região Amazônica não são desconhecidos para ela. Disse que tomou contato com os acreanos quando seu marido, um então militar da ativa do Exército, foi transferido do Distrito Federal para o Acre e ela o acompanhou, quando foi contratada para trabalhar na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco.

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A nova secretária se esquivou de responder perguntas sobre prazos para a solução dos problemas que deve enfrentar na gestão do sistema de saúde. Não estabeleceu data para apresentar as soluções exigidas pelo governador, como o fim das filas nos hospitais e das reclamações de mau atendimento e gestão. Disse que a partir desta terça-feira (4) começa uma série de reuniões com os técnicos e chefes de departamento do órgão e a partir daí decidirá quem deve ou não compor sua equipe. O governador Gladson Cameli deu-lhe, ao que tudo indica, carta branca para a agir e anunciou que quer um sistema de saúde despolitizado.

Cameli afirmou mais uma vez que há, sim, na Secretaria de Saúde, um sistema cartelizado que trabalhava de forma para que as coisas deem errado no sistema e que isso vem sendo inclusive fruto de investigações da polícia. “Eu denunciei isso ao ministro da Justiça”, disse Gladson Cameli, referindo-se a Sérgio Moro.

Com a troca de comando na Sesacre, Gladson Cameli espera resolver os problemas que, segundo ele, representam os maiores gargalos de sua administração. São problemas que vêm se acumulando há muito tempo, “pelo menos nos últimos sete governos do Acre”.

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