Pedro Valério venceu a queda de braço contra Tião Bocalom dentro do PSL acreano, partido do presidente Jair Bolsonaro. Bocalom foi nomeado recentemente pelo governador Gladson Cameli para ocupar o cargo de diretor-presidente da Emater Acre.
A direção nacional do partido, que tem como presidente o deputado federal Luciano Bivar, deixou Bocalom e todos os seus aliados fora da nova comissão provisória, onde Valério passou a dar as cartas junto com pessoas escolhidas por ele, a dedo.
Na nova Comissão, registrada no Tribunal Regional Eleitoral no dia primeiro de julho deste ano, e que encerra em 31 de dezembro próximo, Valério aparece como presidente. O empresário Ressini Jarude foi nomeado vice-presidente do partido e Ermerson Gomes da Silva ficou como secretário-geral.
Essa é a quarta vez que Pedro Valério é nomeado para presidir o diretório regional do PSL no Acre. Em fevereiro de 2018 ele assumiu o partido pela primeira vez, ficando até 30 de junho do mesmo ano. Depois foi nomeado novamente em primeiro de julho a 31 de dezembro. Em janeiro 2019, Valério teve o nome homologado mais uma vez como presidente do partido, e agora, voltou com força total com uma nova nomeação que vai de primeiro de julho a 31 de dezembro próximo.
Pedro Valério e Bocalom trocaram farpas pesadas pela imprensa no começo deste ano. Valério chegou a ir na Delegacia de Polícia do 4ª Distrito, no bairro do Bosque, registrar queixa-crime contra Bocalom pelos crimes de injúria, difamação, calúnia e fraude. O dirigente também pediu, naquela oportunidade, a expulsão de Tião Bocalom do PSL.
Bocalom defendia, na época, que o PSL aderisse ao governo de Gladson Cameli, mas Valério era contra. Ele acusou Bocalom de ter editado um áudio para prejudicá-lo.
“Eu tenho o áudio original aqui. É um áudio de mais de três minutos no qual eu digo ao emissário do Bocalom, de nome Waltinho, que o PSL só deveria ir para o governo do Gladson Cameli se fosse convidado e ir de uma forma republicana, sem barganhar cargos, apenas para ajudar a governar e a melhorar o Estado”, disse Valério, exibindo o áudio editado, que segundo ele teria fica com apenas 28 segundos do original.
“O áudio foi mostrado por Bocalom como se eu dissesse que o PSL só deveria ir para o governo se tivesse cargo. Isso é uma fraude. Por isso, quero que o senhor Bocalom e seu assessor sejam processados na forma da lei”, disse Valério, na época.
De acordo com Valério, as trombadas entre ele e o grupo de Bocalom começaram porque o ex-candidato estaria desempregado e precisando de dinheiro e desde então passou a correr atrás de cargos junto ao governador Gladson Cameli.
“O que eu tenho dito é que se o PSL for para o Governo, deve ir para ajudar governar sem a necessidade de ocupar secretarias ou outros órgãos. O que o Bocalom quer é um espaço especial para resolver seus problemas financeiros e com isso eu não concordo”, afirmou.
“O outro problema é que ele percebeu que eu não deixaria de apoiar o coronel Ulysses para apoiar o nome dele para disputar a Prefeitura de Rio Branco no próximo ano. Eu não posso apoiar um candidato que vem de cinco derrotas consecutivas, porque isso seria o fim do nosso partido porque fatalmente ele perderia de novo”, disse.