No interior do AC, pescador encontra fóssil de réptil gigante que viveu há 8 milhões de anos

Um morador de Brasileia (AC) encontrou no fim de semana o fóssil de um réptil as margens do Rio Acre. O pescador José Militão, 58 anos e seu filho Robson, 11 anos, estavam pescando quando a criança encontrou parte do objeto no fim da tarde da última sexta-feira, 12, e começaram a cavar com as próprias mãos.

Fóssil foi encontrado por pescador/Foto: Raylanderson Frota

“Nós já estávamos finalizando a pescaria, quando eu e meu filho resolvemos cavar o barranco ai vimos a ponta da ossada, foi quando meu menino falou: pai nós achamos um dinossauro”, destacou José Militão.

Com pouco conhecimento sobre a vida desses animais pré-históricos, e o pouco que sabia tinha visto em filmes, o morador do interior do Acre buscou ajuda com Francisco de Assis Lima (Coelho), que imediatamente entrou em contato com o paleontólogo Jonas Filho, que já realiza escavações há muitos anos em todo o Estado procurando fósseis.

José Militão, pescador/Foto: Raylanderson Frota

O paleontólogo junto com sua equipe de especialistas da Universidade Federal do Acre (Ufac), começaram um cauteloso trabalho para extrair o osso do solo sem que o fóssil quebrasse. Segundo Jonas Filho o fragmento encontrado é uma mandíbula que compõem o crânio de um Purussauro (Purussaurus brasiliensis), que viveu há mais de 8 milhões de anos nos rios e pântanos da floresta amazônica e que tinha mais de 12 metros de comprimento.

Paleantólogos foram até o local/Foto: Raylanderson Frota

“Essa é uma mandíbula completa, algo inédito, já que muitas vezes encontramos o material separado e além da mandíbula tem também um crânio que está sendo ali exposto. Isso tem uma grande relevância cientifica e museológica que pertence à comunidade. Aproveito para parabenizar o seu José e o Robson pelo trabalho que realizaram ao escavar o fóssil sem causar muitos danos”, explicou Jonas Filho, paleontólogo.


Purussauro é o nome aportuguesado dado aos crocodyliformes extintos do gênero Purussaurus. Eram semelhantes aos jacaré e caimãs de hoje em dia, mas com maiores dimensões/Foto: reprodução

O pescador iniciou o trabalho de extração na tarde de sexta-feira até a manhã de terça-feira, 16, utilizando apenas uma enxada e uma cavadeira boca de lobo, quando a equipe de paleontólogo chegou ao local.

“Quando conseguimos ver que era um osso gigante, de um dinossauro, eu pedi para o meu pai para levarmos pra casa, nunca pensei em achar um fóssil de um animal tão grande e antigo, estou muito feliz”, falou Robson, estudante, de 11 anos.

A prefeitura de Brasileia deu apoio logístico para que os paleontólogos e o senhor José Militão conseguisse realizar o trabalho de remoção. O fóssil será levado para a Universidade Federal do Acre, onde serão realizados estudos e depois ficará exposto na própria Ufac ou no Centro Cultural de Brasileia.

Paleantólogos foram até o local/Foto: Raylanderson Frota
José Militão, pescador/Foto: Raylanderson Frota
Fóssil foi encontrado por pescador/Foto: Raylanderson Frota
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