Bittar diz que Vianas foram poderosos mas não ajudaram o Acre

A chamada “Florestania”, princípio através do qual a Frente Popular do Acre (FPA), através da família Viana, foi um engodo que governou o Acre por 20 anos como um projeto, baseado no ecoturismo, que não deu certo e nem poderia por falta de base econômica. A “Florestania” seria um modelo de desenvolvimento sustentável e que traria o desenvolvimento econômico para o Acre mantendo a floresta em seu estado natural, sem desmatamento e com as famílias que moram na selva trabalhando como coletores e extrativistas, segundo o conceito difundido pela família Viana, integrada pelos irmãos Jorge e Tião, que foram governadores do Acre a partir de 1999, cada um com dois mandatos – o professor Binho Marques foi governador no período de 2006 a 2010, num interstício entre os dois.

As críticas ao modelo de desenvolvimento para o Acre proposto pelos dois irmãos foram feitas pelo senador Márcio Bittar (MDB-AC), em entrevista ao programa “Questão de Estado”, exibido nacionalmente pelo TV Senado. O conceito de desenvolvimento estabelecido no Acre durante os 20 anos de governos da FPA, coligação encabeçada pelo PT (Partido dos Trabalhadores), só trouxe ao Estado e à sua população, pobreza e criminalidade. “E isso nem é minha opinião. São dados que podem ser consultados”, disse o senador a dois entrevistadores da TV Senado.

“Talvez não haja nunca mais no Acre um grupo que teve tanto poder, tanto no Estado como em nível federal. A família Viana, do PT, governou o Acre por 20 anos, igual ao Lula. Eles casavam e descasavam”, disse Márcio Bittar, ao lembrar que, mesmo com tanto poder, isso não resultou em desenvolvimento para o Estado. “Todo esse poder não serviu ao Acre e a sua gente”, afirmou.

De acordo com Bittar, o poder dos irmãos Vianas no Acre só poderia ser comparado ao do presidente Lula. “O Lula elegeu a Dilma presidente do Brasil, ela que nunca havia sido candidato a nada. No Acre, os irmãos Viana também elegiam quem queriam. Pessoas quer nunca haviam sido candidatos a nada foram eleitos senador, a prefeito de Rio Branco, coisas assim. Mas tudo isso não resultou em benefícios práticos para o desenvolvimento pelos equívocos do conceito de Florestania”, disse o senador. Segundo ele, a “Florestania” propunha que o Acre pudesse viver de ecoturismo.

“Como isso seria possível, o Acre concorrendo em matéria de turismo com a França, com Paris, cujo turismo, num ano, nesta única cidade, fatura muito mais que o Brasil inteiro¿”, indagou Márcio Bittar. “Logo essa ideia não poderia dar certo”, disse.

Nas críticas do senador ao modelo de desenvolvimento petista sobrou até para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. De acordo com o senador, FHC fez um acordo de grandes benefícios na área econômica para o país, mas que, na área ambiental, teve suas ideias coladas à da ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, aliada de Lula e dos irmãos Viana nas mesmas ideias de desenvolvimento com a contemplação da floresta. “Esta ideia de enriquecimento com a floresta é algo antinatural, que contraria qualquer lógica, até mesmo a divina”, disse Márcio Bittar. Por isso, acrescentou, mesmo com todo o apoio do governo federal, nos oitos anos de FHC, nos oitos anos de Lula e nos seis de Dilma Roussef, o governo acreano não conseguiu avançar porque tinha uma lógica de desenvolvimento errada. “Cabe ao governador Gladson Cameli a inverter tudo isso”, disse.

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