O ex-vereador Rodrigo Pinto de Almeida, filho do falecido governador Edmundo Pinto e que vive em Dubai, nos Emirados Árabes, defendeu, em entrevista exclusiva ao ContilNet, a continuidade do pagamento da pensão vitalícia dos ex-governadores à sua mãe, a viúva Fátima Almeida. O pagamento de pensão a ex-governadores ou às suas viúvas foi suspenso, a partir o mês de setembro, por decisão do governador Gladson Cameli, cuja determinação foi acatada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE). O ex-vereador argumenta que sua mãe merece exceção.
Rodrigo Pinto diz que, no caso de sua mãe, a pensão deve continuar sendo paga porque seu pai foi assassinado no exercício do governo, em 17 de maio de 1992, num quarto de hotel em São Paulo, num caso de polícia até hoje não totalmente esclarecido. Embora tenham sido presas e condenadas como latrocidas (assaltantes que matam a vítima em seguida) três pessoas, os familiares do governador assassinado, como Rodrigo Pinto, insistem em dizer que o caso foi um crime político e que Edmundo Pinto abriu a porta da suíte porque certamente conhecia a pessoa que fora ali para matá-lo.
O pagamento da pensão à viúva Fátima Almeida, neste caso, segundo o ex-vereador tem abrigo constitucional. “Os familiares dos servidores públicos que morrem no cumprimento de suas atividades e de seus deveres, têm direito à pensão. Com meu pai não poderia ser diferente”, disse o ex-vereador.
Ele afirmou ainda que sua família teria direito inclusive à requerer uma indenização do Estado mas deixou de fazê-lo por entender que o pagamento da pensão contemplaria a família. “Quando meu pai foi assassinado, minha mãe era funcionária concursada no Banco do Brasil. Ela teve que pedir demissão para poder cuidar dos filhos: dois adolescentes, uma criança, e também para poder acompanhar todo o processo civil e criminal que decorreu do assassinato. E como ele morreu no exercício do mandato não há discussão: a Constituição garante”, disse o ex-vereador.
Rodrigo Pinto elogiou o governador Gladson Cameli por cumprir uma promessa de campanha com a suspensão do pagamento, principalmente por cortar na carne de sua família, já que a suspensão do pagamento atinge inclusive a viúva de seu tio, o ex-governador Orleir, dona Beatriz Cameli. “Isso mostra que ele tem compromisso com o que disse na campanha eleitoral”, elogiou.
Sobre as críticas de que defende o pagamento da pensão para sua família mas, no entanto, viveria ostentando e vivendo nos Emirados Árabes, país que é maior potência econômica da Ásia e Oriente Médio, o ex-vereador disse que suas postagens em redes sociais estão longe de ser ostentação. São postagens de pontos turísticos, praias; shoppings – locais onde a entrada é gratuita. “Não se paga para entrar em nenhum ambiente desses, muito menos tomar banho no mar. O preço da passagem do metrô equivale a R$ 10 reais, para um dia inteiro de passeio no centro de Dubai. Aqui você e você pode ir ao Mc Donalds ou qualquer fast food e comer gastando o equivalente a R$ 20 no Brasil, disse. “Uma realidade bem diferente em relação o Brasil. Comparar o Acre a Dubai é como se comparássemos a briga de um leão com o poodle”, acrescentou.
Pinto disse, ainda a respeito das críticas por defender a pensão para sua mãe, que não depende da genitora para sobreviver em Dubai. “Eu vivo do meu salário como coach (treinador) de Jiu jitsu, defesa pessoal e combate com faca, pistola e sub metralhadora, para a Guarda Presidencial dos Emirados Árabes Unidos”, revelou. “Passei por um processo seletivo das forças especiais para assumir esta responsabilidade. Alguém que afirma que dependendo da pensão para manter os custos, impostos e necessidades minhas aqui,. é no mínimo por desconhecer a realidade do Acre para Dubai”, afirmou.
Ex-vereador revela que continua sendo assediado politicamente para ser candidato
O ex-vereador Rodrigo Almeida revelou ainda que continua sendo assediado para continuar sua carreira política no Acre, mesmo vivendo do outro lado do mundo. Segundo ele, houve convites inclusive para que seja candidato a prefeito de Rio Branco, já nas próximas eleições. “Sobre esses convites, não tomei nenhuma decisão. Tenho contrato garantido aqui e não vou entrar novamente na política com este jogo individual que existe no atual cenário”, disse.
No entanto, a convivência em Dubai com líderes políticos que construíram um país no meio do nada, em pleno deserto, usando como base econômica apenas o petróleo, lhe tenta a voltar à militância politica. “Aqui, os líderes políticos conseguiram transformar este pequeno pedaço de terra, nesta potência e desejo de consumo mundial. O nosso Estado do Acre é duas vezes maior que todo os Emirados e com certeza tem muito mais riquezas como fósseis que geram petróleo, riqueza biológica e científica e outros bens de produção capazes de mudar radicalmente a Economia do Estado e livrar o nosso povo da dependência do Governo”, disse.
Pinto revelou que, em Dubai, de vez em quando, sente o desejo de concluir o sonho de seu pai de transformar o Acre numa referência para investimento internacional e preservação da Amazônia para os povos. “É algo tentador”, disse.