O comando da Polícia Militar do acre, através da diretoria de saúde, manifestou-se, nesta quarta-feira (18), sobre as denúncias da dona de casa Cleuza Machado dando conta de que seu marido, o sargento PM Antônio Correa da Silva, de 55 anos, estaria morrendo à míngua após ter sido abandonado pela corporação. A denúncia foi veiculada pelo Contilnet, na terça-feira (17).
Em nota assinada pelo coronel Wagner Austegésilo Stanislau de Araújo, diretor de saúde da PMAC, a corporação nega o abandono do militar. “Compreendemos que o momento é de extrema dificuldade e nos solidarizamos com a família, todavia não é verdade que estivemos omissos diante caso ou negligenciamos, em algum momento, assistência ao militar em tela”, diz a nota.
“O militar em tela fora admitido na emergência clínica do HUERB em 08/09/2019, procedente do município de Sena Madureira, tendo sido transportado na ambulância do SAMU. Ao ser admitido, o paciente foi prontamente atendido, recebendo total assistência de médicos, enfermeiras e fisioterapeuta plantonistas naquele setor de emergência. Recebeu ainda a visita do Sargento PM Sidney e do Aluno Sargento R. Barbosa, da Policlínica”, acrescenta a nota. “Nos dias subsequentes, além da assistência médica prestada ao militar pelo setor de emergência clínica do HUERB, vários profissionais da Policlínica também o assistiram, sendo realizadas diversas visitas de assistentes sociais e do próprio Diretor de Saúde”.
De acordo com o documento, “após sucessivas avaliações médicas, o militar fora transferido para o Hospital Santa Juliana, local em que se encontra internado hoje. Saliente-se que onde está, recebe assistência médica especializada dispondo, por exemplo, de cardiologista, fisioterapeuta… etc. Ressaltamos ainda que a assistência emergencial é responsabilidade do Estado através do SUS, cabendo ao Fundo de Saúde, neste caso, o acompanhamento da situação”.
Antônio Correa da Silva, então um sargento PM da ativa em sena Madureira, se internou em Rio Branco, em 2015, no Hospital Santa Juliana, através da Policlínica, para o que deveria ser um procedimento clínico simples: uma microcirurgia no nariz, para retirada de carne crescida, e acabar com problemas de sinusite. Ao receber a anestesia, o militar entrou em coma por cerca de 45 minutos, com o coração parado. “Ficou comprovado que houve negligência médica do hospital, cuja anestesista aplicou anestesia no meu esposo com ele com a pressão elevada, o que causou todos os problemas”, disse Cleuza Machado. “O hospital foi condenado a pagar R$ 50 mil de danos morais à nossa família pela negligência, mas isso não resolveu os problemas do meu marido nem da minha família, que vive o drama do abandono e da falta de assistência para lidar com um homem que está morrendo à míngua”, desabafou a dona de casa.