Após uma reportagem do ContilNet mostrando um escândalo envolvendo o desvio de recursos eleitorais da campanha de 2018 no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), um filiado identificado como Jocivan dos Santos Silva, de 40 anos, disse ter sido brutalmente agredido com um soco no rosto, além de sofrer ameaças por um membro do diretório que ele identificou como Samuel Lima Mota. Segundo a vítima, Mota lhe acusou de ser o responsável direto por passar informações acerca das denúncias de irregularidades, processo que, inclusive está registrado na Polícia Federal.
Jocivan conta que a agressão ocorreu na tarde de segunda-feira (7), na sede do partido, localizado no bairro Esperança, em Rio Branco. “Eu cheguei lá e tinha um membro responsável pelo partido que começou a discutir, daí ele puxou um terçado e me agrediu, dando um soco no nariz que, inclusive, ocasionou uma fratura. O sangue desceu e tive que ir parar na Upa”, explicou ressaltando que o agressor ameaçou lhe cortar ainda com a arma branca.
A vítima pontuou ainda que o agressor é graduado em Jiu Jitsu e durante as agressões falou para ele retirar as denúncias contra o partido na Polícia Federal. “Eles acham que fui eu o responsável pela matéria. Mas enfim”, disse.
Após as agressões, o homem foi atendido pelos médicos no hospital e, no dia seguinte, o filiado partidário registrou queixa na Polícia Federal e Civil do Estado do Acre. “Eles me mandaram para o Instituto Médico Legal (IML), para fazer o exame de corpo de delito que deu até positivo. A Polícia Federal disse que vai abrir um inquérito para investigar isso aí, pois eu faço parte do processo, inclusive, já fui ouvido”, destacou.
Jocivan dos Santos relatou que essa não é a primeira vez que agressões ocorrem dentro do partido, segundo ele, no ano passado, um professor sofreu uma agressão durante uma reunião. “Não é a primeira vez que isso acontece na sede do partido. Já aconteceu outras vezes, com outras pessoas, porque é a forma deles intimidarem. Eles são assim, partem para violência. O professor Juscelino levou uma gravata no ano passado”, frisou.
A vítima diz que Samuel lhe fez várias ameaças, se por acaso, ele ousasse denunciar o caso na imprensa ou até mesmo na polícia. “Me ameaçou várias vezes, de morte não diretamente, mas temo pela minha segurança. Isso não é coisa de partido”, enfatizou.
Irregularidade no Partido
Segundo uma reportagem divulgada pelo ContilNet, uma comissão de filiados resolveu auditar as plenárias realizadas em 2017 e descobriu que as irregularidades iam muito além de falsificações de assinaturas. Eram manobras criminosas para que um grupo de dirigentes do partido pudessem se apropriar do Fundo Partidário destinado ao partido nas eleições de 2018, no valor de R$ 545 mil.
A análise da prestação de contas eleitoral de campanha do Partido em relação às eleições de 2018 – Processo nº 0600976-92.2018.6.01.0000 – há também irregularidades e a existência de contratos fantasmas. Seria o caso do contrato, pago com recursos do fundo do Partido, numa parcela única no valor de R$ 4 mil, entre o PSOL e um certo senhor Vitor Baroni, contratado para fazer assessoria política aos candidatos. A propósito, deveria ser um gênio o senhor Baroni: natural de São Paulo, recém-chegado ao Acre fazia menos de três meses, ele tinha a incumbência de assessorar os candidatos do PSOL na disputa em 2018.