Uma verdadeira revolução está prestes a se concretizar na economia acreana. A tão sonhada parceria comercial com à China ganha um importante avanço na próxima quinta-feira, 24. O governador Gladson Cameli, integra a comitiva brasileira liderada pelo presidente Jair Bolsonaro, que cumprirá extensa agenda voltada ao fortalecimento da integração entre as duas nações, juntamente com o presidente chinês Xi Jinping e demais autoridades do país asiático.
Na oportunidade, será feita a assinatura de memorando sobre o estabelecimento de cooperação estratégica entre o Acre e a província chinesa de Shandong. O documento envolve a implantação de um moderno Complexo Industrial, Comercial e de Serviços no Acre, com investimento da ordem de R$ 1 bilhão e a criação de 20 mil empregos diretos.
Pela proposta, o governo acreano oferecerá todas as condições e estrutura necessárias para que 40 empresas da China se instalem na Zona de Processamento de Exportação (ZPE), em Senador Guiomard. Além da fabricação dos mais diversos produtos, sobretudo, equipamentos e componentes eletrônicos, será a grande oportunidade para a ampliação substancial das exportações acreanas, com agregação de valor. Além disso, será implantado um centro de exposição e distribuição de uma variada gama de produtos, na mesma área.
Sob orientação do governo do Estado, os empresários chineses serão responsáveis pela administração da ZPE; em contrapartida, receberão os devidos incentivos fiscais para que o empreendimento tenha sucesso. Com a abertura em definitivo do corredor rodoviário por meio da Estrada do Pacífico, o Acre se tornará um centro exportador para os demais estados brasileiros, países da América Latina e do Caribe, além da própria China e nações asiáticas.
O governador Cameli avalia o momento como crucial para alavancar a economia e contribuir para o desenvolvimento do Acre. O gestor enfatizou que a intenção dos chineses na instalação de indústrias na ZPE sempre foi tratada como prioridade e aproveitou para agradecer o empenho da equipe de governo e dos parlamentares federais que não mediram esforços para ajudar no estabelecimento da futura parceria comercial.
“Eu só tenho que agradecer a todos que deram sua contribuição para que este momento chegasse, sobretudo os nossos parlamentares da bancada federal, em Brasília. Há muitos anos se fala dessa integração com a China e muito pouco foi feito. Mais uma vez, conseguimos mostrar que, com seriedade e compromisso, estamos dando mais um importante passo para mudar a realidade do nosso estado. A expectativa é a melhor possível e com a instalação dessas 40 empresas chinesas que estão previstas, quem vai ganhar é o Acre e, principalmente, a população. Digo isso porque temos prevista a geração de 20 mil empregos, e isso será fundamental para que nossa juventude tenha a oportunidade de entrar no mercado de trabalho”, enfatizou o governador.
Como parte da agenda na China, Cameli viajará na próxima sexta-feira, 25, para a província de Shandong, onde se encontrará com os empresários chineses que se instalarão na ZPE do Acre.
“Eu tenho muita esperança que dias melhores virão para o nosso povo e prova disso está neste futuro investimento dos chineses no nosso estado. Estamos fazendo nossa parte, trabalhando dia e noite para trazer os benefícios e tudo aquilo que é bom para o Acre. Engana-se quem torce contra a nossa gestão e, mais uma vez, eu repito o nosso governo já deu certo”, pontuou Cameli.
Em 2019, Brasil e China celebram 45 anos do firmamento de relações bilaterais. Atualmente, o país mais populoso do mundo é também o maior importador de produtos brasileiros. Somente em 2018, o montante exportado chegou aos 64 bilhões de dólares, um recorde histórico.
Acre, localização privilegiada para o desenvolvimento
Localizado na tríplice fronteira Brasil, Peru e Bolívia, o Acre está em posição privilegiada. A proximidade com os países andinos é a rota para alcançar um mercado potencial de mais de 44 milhões de consumidores.
Geograficamente, o Acre é o estado brasileiro mais próximo da China. Com o futuro acordo comercial, a produção chinesa poderá chegar por meio do oceano Pacífico, desembarcar nos portos peruanos e seguir para o Brasil pela Estrada do Pacífico. Com o estabelecimento desta rota, será possível encurtar o tempo de viagem em até 14 dias, em comparação com o trajeto feito até os portos das regiões Sul e Sudeste do país.
Geograficamente, o Acre é o estado brasileiro mais próximo da China. Com o futuro acordo comercial, a produção chinesa poderá chegar por meio do oceano Pacífico Foto: Cedida
O Acre tem forte potencial para ser a nova fronteira do agronegócio, no Brasil. Uma série de fatores sopram a favor dos novos ventos que empurrarão a economia local para a frente, nos próximos anos. O estado possui terras férteis e de boa qualidade para a plantação de diversas culturas. Outros fatores naturais, como clima quente e úmido, chuva em abundância e solo plano são essenciais para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária.
Com a crescente demanda por alimentos, o Acre aparece no gigante mercado do agronegócio em um momento estratégico. Oportunidade que o governador Gladson Cameli abraçou e faz o esforço pessoal para que a economia acreana passe por uma transformação radical. Com a futura produção em larga escala de milho e soja, a China surge como um potencial mercado consumidor. Juntamente com a Europa, o país asiático é um dos maiores importadores de grãos brasileiros.