Jornal “El Dever”, da Bolívia, revela recomeço dos tumultos nas ruas do país

Após o anúncio de Evo Morales como eleito para o quarto mandato consecutivo de presidente da Bolívia, no primeiro turno, na manhã desta sexta-feira (25), em La Paz, está saindo caro para a população local. Os distúrbios e tumultos nas ruas do país, de La Paz, a Capital, a Cobija, na fronteira do Acre, foram retomados e neste momento há registros de batalha campal entre manifestantes e motoristas.

Os manifestantes são partidários do candidato Carlos Mesa, que não aceitou a derrota para Evo Morales. Ele quer levar a disputa para um segundo turno e seus aliados estão nas ruas bloqueando a passagem, de carros e outros automóveis. Há filas para embarque em teleféricos, que fazem o transporte em muitas cidades bolivianas.

O jornal “El Deber”, de Santa Cruz de La Sierra, informou que a sede do governo na cidade acordou nesta sexta-feira com vários pontos de bloqueio, especialmente na Avenidas Costanera, Obrajes, Calacoto e Irpavi. Os manifestantes marcham rumo às instalações do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE).

De acordo com o mesmo jornal, os acessos à zona sul da cidade de La Paz permanecem cortados. Grande parte da população opta pelo transporte de teleféricos, enquanto no centro da cidade a situação é normal, embora se preveja que haverá marchas nas próximas horas, alerta o periódico.

Em Sucre, a greve continua com bloqueios, especialmente no centro, onde apenas algumas motocicletas ainda circulam. As pessoas pegaram cadeiras e outros objetos para impedir o tráfego de veículos.

Em Santa Cruz, é mantido pontos de bloqueio em vários cruzamentos. Supermercados e outros centros de suprimentos abriram entre as 07:00 e as 12:00 e as pessoas se reuniram. O acúmulo de lixo é observado nas ruas porque o sistema de coleta não foi capaz de fazer seu trabalho.

Em Potosí, hoje a greve é sentida com maior força em relação aos dias anteriores. Esta sexta-feira não está deixando haver o transporte provincial, as aulas foram suspensas e há muito poucas empresas abertas. Os médicos também aderiram à greve.

Para a tarde desta sexta-feira em Oruro está convocada uma marcha do ensino, à qual serão adicionados sindicatos, universidades e outros setores, contra o resultado das eleições de domingo. Também pediu uma greve cívica, mas não foi cumprida.

Em Tarija, a paralisação também está mantida. As empresas trabalham a meio caminho, o mercado central, casas de câmbio e algumas lojas abrem cedo e por algumas horas apenas. Os bloqueios são registrados no centro da cidade e nas periferias e nenhum ato de violência é registrado.

Em Trinidad, é comemorado o segundo dia de paralisação. O primeiro foi na quarta-feira, o primeiro foi realizado, na quinta-feira houve um bloqueio nos acessos a Trinidad, mas foi possível circular dentro da cidade. Nesta sexta-feira a greve foi retomada.

Após um dia de tensão, manifestações, bloqueios e greve cívica contra o resultado das eleições são mantidos em Cochabamba. No entanto, pela manhã, os plantadores de coca que chegaram do Trópico de Cochabamba para apoiar o presidente Evo Morales decidiram se retirar para sua região.

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