Na ponta da tabela do Brasileiro e classificado à final da Copa Libertadores, o Flamengo entende que seu sucesso “incomum” no mercado da bola é ajuda a explicar os bons resultados em campo. Em qualquer clube de futebol mundial, o acerto em 60% a 70% das contratações é considerado um índice altíssimo. O Fla, no entanto, conseguiu algo que soa como uma proeza: teve retorno técnico em todas as negociações concluídas. No início do ano, ainda sob o comando de Abel Braga, o clube abriu os cofres para trazer Gabigol, Arrascaeta, Bruno Henrique e Rodrigo Caio.
Com exceção do uruguaio, que não tinha muito prestígio com o treinador, todos foram fundamentais na conquista do Carioca e responderam rapidamente ao investimento. Com a chegada de Jesus, o camisa 14 subiu de produção de forma assombrosa, justificando o status de jogador mais caro da história do Flamengo (R$ 80,3 milhões). Colaborou para a melhora coletiva a contratação de Gerson, que veio da Roma por R$ 49,7 milhões. Um dos alvos para o segundo semestre, o jogador tornou-se o curinga do “Mister” e mudou o time de patamar.
Some-se a isso as soluções para as laterais. Com Filipe Luís e Rafinha, o Rubro-Negro colocou num ponto final em um problema que afligia há tempos o torcedor. Sem tempo para apostas, a diretoria investiu em dois nomes consagrados em grandes europeus. Além do acréscimo técnico, havia o desejo de trazer “ares internacionais” para o vestiário. Com a dupla, o elenco ganhou, além de bom futebol, exemplos e quilometragem. Para coroar o êxito na hora das comprar, o Fla buscou o desconhecido Pablo Marí na Série B da Espanha. Com direitos pertencentes ao Manchester City (ING), o espanhol se enquadrava nas ambições de Jesus, que queria um zagueiro canhoto e de bom passe para servir ao seu grupo. Contato feito, o jogador aceitou de pronto a aventura e veio somar mais ainda ao time. Única negociação sem ares de “solução” foi a do lateral-direito João Lucas, ex-Bangu. O alto investimento neste primeiro ano de gestão de Rodolfo Landim era algo previsto, já que o plano da atual cúpula de futebol é ter um time que tenha data de validade de ao menos três temporadas. Ante este cenário, a prioridade número 1 no momento é conseguir sacramentar a compra de Gabigol. O Fla já tem conversas encaminhadas com a Internazionale de Milão, mas aguarda uma manifestação do atacante sobre seu desejo de permanecer na Gávea.
Uma fatia do orçamento de 2020 já está separada para a aquisição do artilheiro. Olho no Botafogo Após a goleada por 4 a 1 contra o Corinthians, o Flamengo retoma hoje (5) os trabalhos no Ninho do Urubu. Com oito pontos de vantagem para o vice-líder Palmeiras, os rubro-negros encaram na quinta-feira (7) o Botafogo, às 20h, no Nilton Santos. Depois de um dia de folga, os jogadores serão reavaliados pelos profissionais do departamento médico do clube.