O Motorola V3 está de volta. Quinze anos depois, é revelado o Motorola Razr, primeiro celular da marca com a característica de dobrar ao meio. A ideia é mantê-lo fechado dentro do bolso para trazer mais comodidade. O telefone tem preço sugerido de US$ 1.499,99 nos Estados Unidos, cerca de R$ 6.520 em conversão direta. Está confirmado no Brasil nos primeiros meses de 2020.
O anúncio ocorre num momento em que as rivais de peso Samsung e Huawei correm para produzir o primeiro smartphone dobrável. Os coreanos estiveram em apuros ao longo do ano, mas já vendem o Galaxy Fold no exterior. O Huawei Mate X ainda não chegou ao mercado. Enquanto isso, a Motorola decidiu revisitar o V3 e repetir o modelo de telefone flip, só que agora com muita tecnologia envolvida.
Conheça o Motorola Razr
São duas telas: a externa de 2,7 polegadas e a interna de 6,2 polegadas. Por dentro, trata-se de uma espécie de OLED plástico que se movimenta como uma folha de papel. Ao menos no tamanho, está em linha com smartphones premium, com a proposta de ver filmes e séries com maior imersão. Pena que a resolução é apenas HD, um gargalo em tempos de 4K HDR.
Donos saudosos do V3 vão lembrar que a parte de cima comportava a tela e a parte de baixo trazia o teclado. A ideia se repete aqui, mas tudo é interativo, sensível ao toque.
Representantes explicaram que o Motorola Razr mantém a base onde ficam as antenas, o alto-falante e a biometria por impressão digital. Além disso, eles argumentam que toda a estrutura foi projetada para dar mais durabilidade ao equipamento, uma preocupação constante do mercado desde as primeiras críticas ao Galaxy Fold.
Pode inclusive receber gotículas de líquido, embora a fabricante destaque que não é um produto resistente à água – não pode ficar submerso em hipótese alguma. Ele recebeu um tratamento repelente como forma de proteção.
Os executivos disseram em vários momentos que o aparelho se fecha como uma concha do mar. A área interna utiliza display com vários contornos nas bordas, para trazer um ar mais futurista. Não por acaso, o termo “luxuoso” também foi amplamente utilizado.
Para completar, uma câmera de selfies modesta, com apenas 5 MP.
Um quê de intermediário
A estrutura externa lembra muito o antepassado V3, com a telinha crescendo para 2,7 polegadas. Ali está a função de visualização rápida de notificações e informações. Qualquer mensagem que chegue via WhatsApp pode ser lida diretamente no display menor. Há ainda a opção de ditar uma resposta por comando de voz, mas não é possível escrever – tal qual acontece nos relógios smart.
Apesar do adjetivo “luxuoso”, vale lembrar que o smartphone não compete na classe dos aparelhos premium. O processador está longe de ser o Snapdragon 855, o mais potente da Qualcomm; a RAM é metade dos 12 GB vistos em alguns telefones de ponta à venda atualmente; o armazenamento de 128 GB lembra modelos intermediários; e o novo modelo nem sequer oferece câmera dupla.
A chefe de marketing da Motorola, Renata Altenfelder, explica que os engenheiros buscam um equilíbrio entre funcionalidade e estética. Ela mesma reconhece que o smartphone não traz as especificações mais elevadas. Ao mesmo tempo, defende que se trata de um produto aspiracional, com forte apelo entre os amantes da moda e aqueles que buscam ter o que há de mais novo no mercado – no caso, a tela flexível.
Vale lembrar que o novo Razr não funciona com SIM card físico. Ele depende do eSIM para autenticar e se conectar à rede da operadora de telefonia.
Ficha técnica do Motorola Razr
- Tela interna: 6,2 polegadas pOLED HD (2142 x 876 pixels)
- Tela externa: 2,7 polegadas gOLED Super VGA (800 x 600 pixels)
- Câmera interna: 5 megapixels e f/2.0
- Câmera externa: 16 megapixels e f/1.7
- Processador: Snapdragon 710 (octa-core de até 2,2 GHz)
- Memória RAM: 6 GB
- Armazenamento: 128 GB
- Bateria: 2.510 mAh
- Carregador: TurboPower 15W
- Sistema: Android 9 (Pie)
- SIM Card: eSIM
- Conectividade: Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, 2,4 e 5 GHz, Bluetooth 5.0, GPS, AGPS, LTEPP, SUPL, GLONASS
- Sensores: biometria por impressão digital, acelerômetro, bússola, giroscópio, proximidade e luz ambiente