Sindicalistas prometem lutar até última hora para que reforma não seja votada no Acre

Mesmo com a firme resistência dos sindicalistas que se opõem à ideia, a proposta de reforma da previdência estadual, em tramitação na Assembleia Legislativa desde o início do mês, deverá ir à votação, em regime de urgência, na sessão desta terça-feira(26). A garantia de que a matéria vai à votação e provavelmente ser provada é do líder do governo na Assembleia, deputado Gehlen Diniz (Progressistas).

Os sindicalistas prometem lotar as galerias da Assembleia durante a sessão a fim de pressionar os deputados, principalmente os membros da bancada de sustentação do governo. Os sindicalistas acreditam que, sob pressão, muitos deputados recuarão e a proposta não será votada, pelo menos este ano.

“Não há nenhuma previsão de um novo adiamento e tudo caminha para a votação e aprovação”, disse o deputado Gerlen Diniz, após sair de uma reunião na Casa Civil da qual participou a sindicalista Rosana Nascimento, presidente do maior e mais combativo sindicato de servidores estaduais, o dos professores e outros trabalhadores em Educação (Sinteac). Ela é a principal opositora da proposta de reforma e anuncia que, se a medida for de fato a votação e ser aprovada como quer o governo, os servidores públicos devem entrar em greve por tempo indeterminado. “A sindicalista está no seu direito e suas posições são legítimas, mas nós, deputados, temos que ter a responsabilidade de aprovarmos isso porque o Estado depende de suas contas saneadas para poder negociar suas dívidas e poder ter alivio financeiro”, acrescentou.

Rosana Nascimento discorda da ideia do deputado e acha que, passando a proposta, uma greve geral deverá ser registrada em todo o estado. “A nossa categoria está mobilizada e não descartamos a possibilidade de uma paralisação geral”, disse Rosana. “Não nos interessa a forma como esta proposta irá à votação, com uma regra de transição dura de 100%, é um prejuízo enorme para a nossa categoria”, disse.

De acordo com a sindicalista, um servidor que tem idade para se aposentar mas que ainda faltam três anos pelo tempo de contribuição, do jeito que está a proposta do governo, este mesmo servidor terá que permanecer pelo menos mais três anos trabalhando. “Em se tratando de professores, nós não vamos aguentar e vamos morrer em sala de aula”, disse.

Rosana Nascimento disse ainda que a luta é contra a regra de transição. “Há outras coisas, mas não podemos lutar contra porque fazem parte de regras gerais já aprovadas em nível nacional. Mas, contra esta regra de transição, nós vamos lutar até o fim”, afirmou.

A sindicalista afirmou ainda que todos os sindicatos estão mobilizados e irão à Assembleia em busca de diálogo e da regirada da proposta para novas discussões e que a votação só corra no ano que vem. ‘A gente não quer enfrentamento, mas queremos construir algo que não seja tão danoso para a bossa categoria”, disse.

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