Luciano Huck vai ter que se desdobrar caso queira mesmo ocupar a Presidência da República a partir de 2023. Em pesquisa eleitoral feita pela revista Veja em parceria com a FSB, o apresentador da Globo aparece distante do presidente Jair Bolsonaro, do ex-presidente Lula e até do ministro da Justiça, o ex-juiz Sergio Moro.
A última pesquisa, feita em outubro, com a inclusão de Lula, em cenário de segundo turno, mostrou o líder da esquerda como a maior ameaça ao atual governo. Na época, o petista tinha 38% e Bolsonaro 46%. Na mesma simulação, ambos oscilaram dentro da margem de erro. Agora, a pesquisa veio à tona após a soltura de Lula da prisão de Curitiba. No primeiro turno, seja ele com o presidente Bolsonaro ou com ministro Moro, Lula tem 29% das intenções de voto, contra 32% dos dois concorrentes.
No cenário do segundo turno, Lula aparece com 40% e Bolsonaro logo à frente com 45%. Luciano Huck veio na quarta posição, atrás de Ciro Gomes (PDT) e na frente de João Amoêdo (Novo) e João Doria (PSDB). Todos eles perdem para “nenhuma das alternativas”.
A pesquisa não deve ser confirmada para 2022, pelo menos no que diz respeito ao ex-presidente, pois continua inelegível em razão da Lei da Ficha Limpa. Fernanda Haddad, o possível candidato, tem a maior rejeição: 60% não votariam nele de jeito nenhum — Lula tem uma rejeição semelhante, 56%.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) posicionou-se sobre a possibilidade de o apresentador Luciano Huck candidatar-se à presidência nas eleições de 2022. De acordo com o político, os brasileiros não votariam em um candidato que teria por trás um grupo de mídia como a Globo.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, a declaração ocorreu durante o 3º Simpósio Nacional Conservador, transmitido pela internet. Bolsonaro afirmou não ter nada contra a candidatura, mas aproveitou para criticar Huck. “Luciano Huck diz que eu sou o último capítulo do caos, porque ele é candidato a presidente, já se anuncia. Não tenho nada contra isso, mas eu, logicamente, quando ele falou isso, fui ver as suas atividades no BNDES”, disse.
A menção se deu por conta do empréstimo feito por Huck, em 2013, junto ao banco, para a compra de um jatinho particular da Embraer, no valor de R$ 17,7 milhões. Os juros do empréstimo foram de 3% ao ano, com 114 meses de amortização para o pagamento.