Quase sempre quando ouvimos falar sobre investimentos pensamos em rentabilidade, ou seja, o quanto consigo ganhar a mais com aquilo que se investe. O que quase ninguém lembra é que quanto mais rentabilidade, maior é a tendência de risco associada. Por isso, em economia se costuma dizer que “não existe almoço grátis”. Por exemplo, se um bem custa geralmente 100 reais numa determinada área e você tenta vender esse bem por 120 reais, então há uma tendência de que as pessoas comprem do vizinho e não de você. Além disso, se ninguém mais precisar desse bem, então você corre o risco de não ganhar nem 120 e nem 100, mas sim nada. Logo, a busca por uma maior rentabilidade (melhor ganhar 120 do que 100) pode expor você ao risco de perder tudo. Nesse caso, importante seria saber quantas pessoas estariam dispostas a adquirir aquele bem e por qual preço estariam dispostas a pagar. Por isso é importante quem queira investir com uma boa rentabilidade conte com conhecimento técnico ou com um profissional especializado no assunto de modo que o risco possa ser reduzido.
No Brasil, por muito tempo, bastava ter acesso a poucas informações pra se ter uma rentabilidade alta. No começo da década de 90, em um cenário de alta inflação, ter uma conta poupança assegurava o poder de compra dando a impressão de alta rentabilidade. Após a implementação do Plano Real, investir em títulos de dívida pública reunia o melhor dos dois mundos: alta rentabilidade e muita segurança, pois o rendimento só não seria pago caso o Brasil quebrasse. Essa mesma segurança criava uma concorrência desleal do Estado com o Setor Privado no sentido de atrair recursos de investidores para o setor público, mas que poderiam financiar projetos privados por meio de ações, debêntures e outros títulos de dívida privada, que têm um risco maior do que os títulos públicos.
Atualmente, o país vem vivendo um novo período no qual tanto o governo quanto o Banco Central vêm induzindo a uma redução da rentabilidade dos títulos públicos por meio da redução da SELIC, fazendo com que a rentabilidade do setor privado fique cada vez mais atrativa em relação a do setor público. Isso tem um impacto positivo na economia, pois incentiva a recuperação do setor privado e abre um leque maior de opções aos investidores. Porém, mais opções acabam também deixando o investidor confuso com tantas opções. Além disso, a liberdade de mercado ao mesmo tempo que abre portas também mistura boas e más opções tanto no sentido de rentabilidade quanto de risco e para separar o joio do trigo mais uma vez é preciso estar acompanhado de conhecimento e de um profissional especializado para que você não fique preso a ganhar somente 100, mas também não se arrisque tanto com 120.