O ainda diretor do Instituto Penitenciário do Estado do Acre (Iapen) usou seu perfil nas redes sociais, na manhã desta quarta-feira (5), para fazer um desabafo sobre as leis do país. Segundo ele, elas aumentam a sensação de impunidade na sociedade.
“Enquanto as leis que já são frouxas se afrouxam ainda mais, o crime organizado impõe, ao seu modo criminoso, sanções aos que cometem delitos proibidos em suas zonas de domínio”, escreveu.
Lucas reclamou também da lei de abuso de autoridade, que não permite que as forças de segurança mostrem a identidade dos criminosos. “Por exemplo: se de um lado a Polícia não pode mostrar a cara do criminoso preso, a facção espanca a ladra que roubou na cidade do povo. Tudo isso gravado em vídeo e freneticamente publicizado pela imprensa local”, explicou.
O gestor penitenciário ponderou que em meio a onda de violência, as pessoas confiam mais no crime organizado do que nas forças de segurança do Estado. “O resultado disso é a ideia perniciosa de que é o crime e não o Estado que detém o monopólio legítimo da força. E a partir daí, aquele que se sente injustiçado passa a procurar o traficante local e não mais a Polícia. É um estado deplorável de coisas que não se pode isentar a segurança pública, mas que passa sobretudo pela irresponsabilidade daqueles que fazem leis cada vez mais permissivas e transigentes com o crime. Lamentável”, declarou.