Levantador Bruninho revela: clube na Itália negou possibilidade de volta ao Brasil

Capitão da Seleção Brasileira de vôlei, o levantador Bruninho vive um período de isolamento na Itália, país mais afetado da Europa com os efeitos do coronavírus. O jogador chegou a cogitar o retorno ao Brasil, já que as competições estão paralisadas no continente, mas teve negado o pedido por sua equipe, o Lube Civitanova, que é o atual campeão mundial da modalidade.

“O COB (Comitê Olímpico do Brasil) entrou em contato com atletas que estão no exterior, falou sobre uma chance de volta, mas o meu clube negou, houve até um tom de ameaça. De repente, a vontade era fugir um pouco do olho do furacão e não foi permitido. Seria melhor passar por tudo isso em casa, mesmo ficando em quarentena”, comentou, em entrevista ao Fox Sports.

Bruninho revela que já completou seis dias parado em casa, seguindo as instruções das autoridades de isolamento social. “Aqui é permitido apenas sair para mercado ou farmácia. Temos que nos prevenir ao máximo com higiene, deixar a casa limpa, saindo o mínimo possível. Estamos aguardando, o campeonato ficará parado até 3 de abril”, explicou.

Nome certo para os Jogos Olímpicos, Bruno não acredita que a competição será disputada na data proposta inicialmente, a partir de 24 de julho. “Eu acredito que não será possível fazer na data marcada, tem muitas coisas sendo adiadas. Tudo depende de como vamos combater o vírus. Cada país tem suas medidas, é complicado por não ter uma unidade entre as nações. Nos Jogos Olímpicos, são atletas de todo mundo”, comentou.

Foto: reprodução

Sem chance de ir para quadra, Bruninho usa a criatividade para manter o mínimo da forma física. “Em casa, eu tenho jardim, trouxe pesos livre, tem corda, bola, eu posso fazer um trabalho físico, que é o mínimo para me manter e prevenindo lesões quando voltar”, explicou o levantador, que deixou uma mensagem para o Brasil no combate ao coronavírus.

“Os primeiros casos foram no norte da Itália, longe de onde estou. Aos poucos, a situação foi piorando, o número de contaminações ficou muito alta, a Itália tem muitos idosos, os hospitais encheram demais, você precisa de muitos leitos, aqui acabou estourando essa bolha. Esse é o meu medo no caso do Brasil, não temos hospitais que possam receber as pessoas. Temos que prevenir por causa disso. Acho que não demos o valor devido no início e fomos vendo a gravidade. As medidas preventivas são importantes, evitando aglomerações, bares, eventos. Ontem (segunda-feira) foram mais de 350 mortes aqui na Itália. Ficar em casa é a única coisa que pode melhorar. Ter mínimo de contato com as pessoas”, encerrou o capitão da Seleção de vôlei.

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