Coronavírus: ida ao supermercado ou farmácia exige cuidados; veja quais

A recomendação é clara: se puder, não saia de casa. Idosos, pessoas no grupo de risco (diabéticos, asmáticos, com problemas cardíacos e pacientes oncológicos) e com sintomas devem evitar mais ainda as saídas.

É bom frisar que as compras online são mais indicadas nesse momento, mas, no caso de quem está saudável e precisa ir ao mercado comprar mantimentos ou à farmácia, alguns cuidados devem ser tomados para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.

“O mercado tem muitos produtos que vêm de várias regiões do país e passam pelas mãos de diversas pessoas. É um lugar de fácil contaminação”, diz André Ricardo Ribas Freitas, médico epidemiologista e professor na Faculdade São Leopoldo Mandic.

Um estudo publicado no periódico medRxiv revelou que o vírus pode ser detectado no ar por até 3 horas, até 4 horas em cobre, até 24 horas em papelão e de dois a três dias em plástico e aço inoxidável. Outra pesquisa, publicada no periódico Journal of Hospital Infection, mostrou que um coronavírus relacionado ao que causa Sars pode persistir até nove dias em superfícies não porosas, como aço inoxidável ou plástico.

O que fazer no mercado

Antes de tudo, escolha um horário em que o mercado provavelmente está mais vazio e prefira um perto da sua casa. No local, encare suas mãos como sempre sujas. Isso quer dizer que você deve evitar a todo custo colocá-las em seus olhos, boca ou nariz antes de lavá-las com água e sabão. Na farmácia, a mesma coisa.

“Ela pode usar uma alternativa extrema de usar uma luva descartável e tirar assim que sair do supermercado ou simplesmente lavar a mão assim que sair de lá”, sugere Freitas.

É importante também manter uma distância de, no mínimo, um metro de outro indivíduo, e na hora de pagar, evitar dinheiro e preferir cartões.

Ao chegar em casa

É aqui que os especialistas começam a dividir opiniões. Renato Kfouri, médico infectologista, primeiro secretário da SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações), acha um exagero limpar todos os itens comprados ao chegar em casa.

“Independentemente se o vírus vive duas, quatro, seis horas, ele só contamina pelo contato. Então, se você mantiver a regra de higiene básica, de lavar as mãos e os alimentos sempre, não irá se infectar”, diz. Kfouri ainda ressalta que, até onde se sabe, a comida in natura não transporta o vírus. “Não pegamos gripe comendo alguma coisa. Com a covid-19 deve ser igual”.

Já Oscar Bruña-Romero, professor do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), pensa diferente. Em um comunicado, ele afirmou que é preciso, sim, limpar os itens.

O professor diz para lavar os alimentos crus em água corrente e mergulhar as verduras e frutas em uma solução contendo água sanitária diluída em água. “Observe no rótulo da água sanitária a diluição ideal e o tempo necessário para deixar o alimento em imersão. Se não tiver essa informação no rótulo, busque outra marca, pois alguns produtos não devem ser utilizados em alimentos”. Depois disso, enxágue com bastante água.

Bruña-Romero também recomenda passar álcool 70% em embalagens de alimentos que serão armazenadas.

Freitas é da mesma opinião e recomenda que, ao chegar em casa, é bom tirar os sapatos e trocar a roupa. “Chegou, tira essa roupa, coloque para lavar e tome um banho”, diz. Segundo ele, as medidas devem ser drásticas. “O domicílio tem que ser um bunker, livre de coronavírus.”

 

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