Vizinha do Acre, a Bolívia parece estar conseguindo conter a epidemia de coronavírus em seu território. Os números oficiais registrados até o momento são melhores que os do Brasil. A situação chama a atenção por se tratar de um dos países mais pobres da América do Sul e que há meses vive instabilidade política após deposição do ex-presidente Evo Morales.
Segundo o site Eldeber, o país conta com 397 casos confirmados. Proporcionalmente, o número representa 0,003% de toda a população. No Brasil, os mais de 28 mil infectados são 0,013% dos mais de 209 milhões de habitantes. Só no Acre, estado com menos de 900 mil pessoas, já foram confirmados mais de 100 casos, mais de 1/4 do total boliviano.
A quantidade de mortos também impressiona. Até esta quarta-feira (15), foram apenas 28 contra 1.736 no Brasil. O país segue com 148 casos suspeitos. Sete pacientes infectados pela covid-19, doença causada pelo coronavírus, já estão curados e tiveram alta.
Porém, assim como em outros países da América Latina, inclusive o Brasil, os casos podem estar subnotificados devido à ausência de testagens em massa.
O primeiro caso de coronavírus na Bolívia aconteceu no dia 10 de março, uma semana antes de o Acre registrar os seus. O epicentro da doença é em Santa Cruz de la Sierra, cidade mais populosa. Foi lá que aconteceu a primeira morte, no dia 20 de março.
O país está em quarentena severa há vários dias e assim deve permanecer pelo menos até 30 de abril. As pessoas possuem dia da semana e hora para sair de casa conforme o último número de sua identidade. Quem desrespeitar as regras paga multa e pode até ser detido pela polícia.
Até o final desta semana, Cobija, capital do departamento de Pando, que faz fronteira com os municípios acreanos de Brasileia e Epitaciolândia, concentrava 11 casos da doença.
