Depois de 14 dias isolado em casa por conta do diagnóstico de coronavírus confirmado, o pecuarista acreano José Aristides Junqueira, de 46 anos, mais conhecido como Neném Junqueira, está finalmente curado do vírus e contou a experiência de quarentena e manifestações dos sintomas à reportagem do ContilNet nesta quarta-feira (22).
Neném pode ter contraído o vírus no último dia 15 de março, em um almoço que organizou em sua casa com amigos, quando um deles, que veio de São Paulo, estava apresentando os sintomas.
“Era um domingo. Lembro que fiz esse almoço e lá eu acredito que contraí o vírus”, explicou.
O pecuarista conta que a febre apareceu como primeiro sintoma 3 dias após o encontro, 18 de março. “Eu comecei a sentir uma febre forte no dia 18, à noite. A partir daí, todo o resto da semana a febre passou a me acompanhar. Dois dias depois comecei a apresentar tosse e diarréia”, continuou.
Com o quadro de sintomas quase completo e relatado, Junqueira procurou o hospital no dia 21 de março para fazer o exame. No dia 23 saiu o resultado que, infelizmente, deu positivo para o vírus.
“Imagina só como ficou minha cabeça naquele momento. O pior é que eu estava dormindo normalmente com minha esposa e convivendo com meu filho dentro de casa, antes dos sintomas surgirem. Eles não apresentaram nenhum sintoma do quadro”, contou.
No momento em que soube da notícia, o médico de Junqueira, Tião Viana, administrou a medicação e orientou que o pecuarista ficasse isolado dentro de um dos quartos da casa, sem contato com o restante da família – o que foi feito posteriormente.
“Quando saiu o resultado, já não tive mais nenhum sintoma, mas mesmo assim eu precisei ficar de isolamento para resguardar minha esposa e meu filho. Passei 10 dias dentro de um quarto, sem contato com eles, indo buscar a comida na porta. Foi muito difícil, mas era o que precisava ser feito”, argumentou.
10 dias após o confinamento e evolução positiva do caso, Junqueira foi orientado a caminhar, com distância de pelo menos dois metros dos demais residentes, pela casa. No dia 1 de abril, 14 dias após a quarentena, pôde, finalmente, voltar ao convívio normal com a esposa e o filho, já que estava curado.
“Não foi fácil. O meu quadro não foi considerado grave por não ter tido nenhuma doença que me colocasse em grupo de risco, mas eu tive muito medo de morrer eu de ser hospitalizado, por não conhecer esse vírus e ver a ciência ainda estudando seu comportamento. Muitos amigos meus foram hospitalizados e isso me deixava perturbado”, relatou. “Eu consegui vencer, sair curado, mas ainda sigo com os mesmos cuidados, proteção e higiene”, salientou.
Ao final da entrevista, o acreano agradeceu as orações e torcidas e pediu para que a população reforce os cuidados.
“Eu agradeço de coração a Deus pela cura, aos amigos e familiares pela torcida e pelas orações, além do meu médico, Tião Viana, que foi muito atencioso ao longo deste tratamento. Vamos continuar nos cuidando”, finalizou.