O presidente Jair Bolsonaro orientou o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, a procurar o governo do Amazonas para discutir uma possível intervenção na saúde do estado, um dos mais afetados pelo novo coronavírus. O pedido de intervenção, aprovado há dois dias pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, foi entregue a Bolsonaro nesta quarta-feira pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM).
“Ele determinou ao ministro Ramos que entre em contato com o estado do Amazonas para que nós possamos, através do governo federal, tomar todas as medidas necessárias”, disse Braga, após a reunião. “Depende muito do governo estadual. Portanto, o governo do estado do Amazonas será acionado pelo governo federal”.
Logo depois, Ramos afirmou que ligará ainda nesta quarta para o governador do Amazonas, Wilson Lima. Ele comentou que a situação da saúde no estado é realmente grave, mas que o governo federal, se acionado oficialmente pelo chefe do Executivo estadual, pode enviar ajuda para gerenciar a crise, mas não necessariamente decretar uma intervenção.
O Amazonas tem 2270 casos confirmados da Covid-19 e 193 mortes, de acordo com dados divulgados nesta quarta pelo Ministério da Saúde . Na terça-feira, a prefeitura de Manaus informou que está fazendo valas comuns, chamadas pela administração local de trincheiras, para enterrar vítimas do coronavírus no cemitério público Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã, Zona Oeste da capital.
Com mais de 100 mortes por dia na capital do Amazonas na última semana, o cemitério, que concentra a maior parte dos sepultamentos da cidade, já não dá conta da demanda. Segundo informações da prefeitura, desde março, houve um acréscimo de aproximadamente 50% na demanda. Dezenas de covas tiveram que ser abertas.