Governo define ações para combater desmatamento, queimadas e invasões nas florestas

Um comitê de ações integradas de Meio Ambiente está sendo articulado pelo Governo do Estado do Acre para coordenar ações de monitoramento e combate ao desmatamento ilegal, queimadas, incêndios florestais e crimes ambientais no estado. Diante da atual situação da pandemia causada pelo coronavírus, o governador Gladson Cameli pretende decretar tolerância zero para crimes ambientais.

O governador já determinou a adoção de uma metodologia de gestão que permita maior celeridade e eficácia no alcance dos resultados. “Estamos passando por um momento delicado em que a saúde da população está em primeiro lugar e precisamos da colaboração de todos”, disse Gladson Cameli.

O governo vai executar um plano de ação já elaborado pelas instituições do comando e controle, coordenado pela Sema. Os gestores das unidades de conservação e florestas estaduais realizaram várias reuniões com os militares do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA) para traçar estratégias e garantir a presença do Estado em todos os pontos críticos.

De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente, Israel Milani, existe uma vulnerabilidade das Unidades de Conservação do Estado diante de processos contínuos de invasões de terras e ocupações irregulares. “Estamos trabalhando em conjunto para lidar com os problemas de invasões e desmatamento ilegal, visando coibir as queimadas descontroladas e incêndios florestais”, disse.

Os dados analisados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) indicam que, em 2019, o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE/Deter B) lançou alerta de desmatamento para 40.691,1 hectares no estado do Acre. De janeiro a abril deste ano, o mesmo sistema de alerta indicou desmatamentos de 1.354 hectares, um aumento de 203% em relação ao mesmo período do ano passado, em que o Acre apresentou 666 hectares de desmatamento. O município com maior área de alerta é Brasileia, com 237,5 hectares, onde os alertas estão concentrados na Reserva Extrativista Chico Mendes, a primeira no ranque das unidades de conservação mais afetadas do estado.

A Sema tem subsidiado o governo com informações técnicas para auxiliar a tomada de decisões estratégicas. Segundo a diretora executiva da Sema, Vera Reis Brown, a Universidade de Columbia lançou um informativo (https://iri.columbia.edu/our-expertise/climate/forecasts/seasonal-climate-forecasts/) apontando que nos próximos trimestres, a partir de maio, as temperaturas serão acima do normal. “Um indicativo de que poderemos ter um período de seca ainda mais severa do que no ano passado e a situação de queimadas e incêndios florestais poderá ser agravada”, alertou.

Segundo os dados de focos de queimadas detectados para o Brasil (INPE, 2020), de janeiro a abril foram registrados 21 focos no Acre, 11 a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado.

O Comitê de Ações Integradas de Meio Ambiente, para o acompanhamento da implementação do Plano de Ação, será presidido pela Sema e formado por representantes de órgãos governamentais das áreas de meio ambiente, regularização fundiária, segurança, infraestrutura, planejamento e também da Procuradoria Geral do Estado (PGE).

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