Diagnosticado com coronavírus, o idoso Raimundo Nonato da Silva de Araújo, de 63 anos, natural de Sena Madureira, está há dois dias na fila de espera para uma vaga em leito de UTI. Ele está internado em estado grave na UPA do Segundo Distrito desde a sexta-feira (15) e apresentou piora no quadro na quinta (20).
O homem está sedado e entubado e pode perder a vida caso não receba o tratamento intensivo. Ele testou positivo para covid-19 cerca de cinco dias antes da internação, mas, segundo a filha, Alcileide da Silva, já vinha sentindo os sintomas há 10 dias.
“Eles falam que não tem leito vago para o meu pai. Eu queria fazer um apelo para que alguém faça alguma coisa. Ele está lutando pela vida, mas pode não resistir mais”, lamenta a mulher.
Ela conta que a avó de 86 anos, que era cuidada pelo filho Raimundo, também manifestou os sintomas, mas foi mandada para casa quando esteve na unidade de saúde para fazer o teste. Até hoje a mulher não sabe se adquiriu ou não o vírus. A família decidiu não comunicar sobre o quadro do filho para poupá-la do sofrimento. Além de idosa, ela sofre de hipertensão.
Alcileide denuncia que só descobriu a piora na situação do pai ao ir à UPA. De acordo com ela, a ausência de comunicação à distância entre o hospital e a família dos pacientes tem colocado em risco a vida das pessoas que têm se aglomerado nos hospitais e no transporte público apenas para ter notícias de seus entes hospitalizados.
“Tive de abrir mão de ver minha filha pequena porque estou aqui me expondo só pra saber uma informação que poderia ter sido dada por telefone. Ninguém me ligou para falar que meu pai tinha piorado. É triste essa situação”, comenta, aos prantos.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) informou que não há mais leitos de UTI disponíveis no Acre.
