Após estudos, médico imunologista alerta para perigo em retorno do comércio no Acre

O médico imunologista Guilherme Pulici era um dos defensores da reabertura gradual do comércio acreano, desde que medidas de segurança rígidas fossem tomadas para proteger clientes e comerciantes. No entanto, mudou de ideia e agora apoia a manutenção do isolamento social e do fechamento do mercado não essencial como forma de frear a rápida disseminação do coronavírus pelo estado.

Em entre vista ao ContilNet na quarta-feira (10), o médico comentou que voltou atrás após ler, nesta semana, um estudo comparativo entre a Suécia e a Nova Zelândia. O primeiro país praticamente não adotou medidas de distanciamento, mantendo comércio aberto e população nas ruas. Já o segundo fez o bloqueio total logo no início da pandemia. Ambos os cenários incidiram não só nos sistemas de saúde desses países, mas também nas economias.

“Na Suécia, cada aumento de 0,1% no número de doentes causava aumento de 2% a 3% no desemprego. Conforme a doença se espalha, as pessoas naturalmente vão evitar alguns lugares, ir ao comércio e fazer compras que não sejam extremamente necessárias, causando um impacto na economia. Então se o impacto econômico já vem de qualquer maneira, por que não a gente fazer essa medida agora de isolamento e poupar mais vidas?”, disse Pulici.

Ele lembrou que o país teve mortalidade “muito maior” que as demais nações escandinavas.

Para o imunologista, a estratégia neozelandesa é que pode ser considerada um sucesso. “Fechou tudo logo no início e tivemos a notícia nesta semana que o país não registrou mais nenhum caso e tá abrindo tudo agora porque eles não têm casos ativos da doença no país”.

Com isso, o profissional da saúde conclui que o isolamento é eficaz não apenas para a saúde pública, mas, a longo prazo, para a economia, que começaria a recuperação mais cedo caso medidas rígidas fossem implementadas para proteger trabalhadores e consumidores. “Estou convicto que, no Acre, não é o momento de reabrir”, finaliza o médico.

Assista e entrevista completa:

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