Roberta Close lembra expulsão de escola, brigas em família e affair com cantor: ‘Não entendiam minha audácia’

Ícone de beleza nas décadas de 80 e 90, Roberta Close leva hoje, aos 55 anos, uma vida discreta, longe dos holofotes, na Suíça. Desde que fez a primeira viagem a trabalho para o frio país europeu, em 1987, ela criou raízes por lá. De sua casa, onde vive com o marido, Roland Granacher, ela falou de sua trajetória como modelo transexual numa live com o produtor musical e pesquisador Rodrigo Faour. Roberta conta que estava no Brasil no início da pandemia e viajou às pressas, deixando seu apartamento no Rio, com medo de não poder retornar. “Tinha vindo para o carnaval e lá já se falava do vírus”, lembrou.

Roberta Close tirou os transgêneros do anonimato e jogou luz na ...

Foto: reprodução

Descoberta

“Fui uma modelo de muito sucesso, que tinha um atrativo na época. Mas sempre digo que fui escolhida, que minha carreira foi obra do destino. Tudo começou por acaso. Eu estava parada numa rua em Copacabana quando passaram o Guilherme Araújo (produtor) e o Caetano Veloso de carro. Eles pararam e vieram falar comigo. Guilherme disse que tinha gostado muito de mim e me chamou para conhecer a agência dele. Meu namorado quase não deixou por causa de ciúme. Mas acabei indo lá. Era 1980 e eu tinha só 16 anos. Logo depois fiz meu primeiro ensaio para a revista ‘Close’ e comecei a aparecer nos bailes que o Guilherme promovia”.

Expulsão da escola

“Fugia muito de casa. Meus pais nunca entenderam muito bem o que eu era. Não entendiam minha audácia. Tinha muita briga e saí de casa muito cedo. Também fui expulsa do colégio em que eu estudava em Botafogo. Tive o azar de cair na mão de uma professora que dizia que eu não me encaixava. Me pediram para deixar a escola, fui expulsa. Não deixaram eu completar os estudos e não pude terminar o ginásio”.

Roberta Close com o cantor Waldick Soriano: romance

Roberta Close com o cantor Waldick Soriano: romance Roberta Close com o cantor Waldick Soriano: romance Foto: reprodução/ instagram

Os machões e affair

“Meu encontro com Jece Valadão (ator) no Chacrinha deu muita mídia. Logo depois fui fazer uma peça com ele, ‘Somente às quartas-ferias’. Ficamos mais de um ano em cartaz. Eu ficava nua em cena (antes da cirurgia de redesignação de gênero), mas não tinha problema. Eu tinha um corpo lindo e sempre fui muito feminina. Todos os machões se rendiam a Roberta Close. Tanto que tive um affair com o cantor Waldick Soriano”.

Beleza

“Naquela época ou você era bonita ou era feia. Não havia muitos recursos. Minha sorte é que sempre tive um corpo lindo. Com 16 anos, eu já tinha um corpo que era uma graça. Trabalhei com os principais estilistas do Brasil e do mundo, como Jean-Paul Gaultier e Thierry Mugler. Fui para o mundo inteiro. Mas eu chegava, desfilava e saía. Nada podia ser dito. Nada se falava sobre quem eu era”

Maternidade

“Nunca quis adotar. Acho que a barra seria muito pesada para mim. Quando eu quis me casar, já foi difícil. Até minha família teve dificuldade em aceitar meu casamento. As pessoas custavam a entender que eu era uma pessoa normal, com os mesmos desejos e uma vida sexual como qualquer outro”.

Roberta Close na live com Rodrigo Faour

Roberta Close na live com Rodrigo Faour Foto: reprodução/ instagram

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