Mãe desabafa na web e diz odiar autismo: “Me recuso a glorificar”

Uma australiana gerou uma grande polêmica nas redes sociais ao compartilhar as dificuldades de ser mãe de criança autista. Sarah Mills, 33 anos, fez um desabafo ao contar que dois dos seus três filhos foram diagnosticados com o transtorno, enquanto o outro está na fase de testes.

No texto, ela reclamou do que chama de “glamourização do autismo” e da pressão que sofre para aceitar a condição das crianças. “Eu amo meus filhos mais do que qualquer coisa neste mundo. Mas eu odeio autismo com cada centímetro do meu ser. Eu sei que como pais de autistas, devemos amá-los, abraçá-los e celebrá-los. Mas hoje estou me sentindo maltratada. Estou machucada. Estou traumatizada. Eu nunca desejaria essa jornada a ninguém. Estou tão brava com esse rótulo, essa palavra simples que, instantaneamente, significa que eu deveria estar gritando de orgulho”, escreveu.

“Temos essa epidemia crescente com mais e mais crianças diagnosticadas com autismo todos os dias. Em vez de procurar maneiras de refrear ou mudar isso, estamos simplesmente pressionando para abraçar, aceitar e adaptar. A glamourização do autismo faz eu sentir tão inadequada”, continuou. “O estigma em torno dos cuidadores que lutam ou dos pais que temem isso me faz sentir como um fracasso completo. O autismo não é uma peça de quebra-cabeça colorida que precisa ser comemorada. Pode ser um inferno absoluto e me assusta o quão normal está pintada para ser agora.”

Depois do desabafo, o post viralizou e dividiu opiniões. Alguns elogiaram a mulher por ser honesta, outros reclamaram da forma como ela falou sobre o distúrbio.

Por conta da repercussão, Sarah se defendeu. “Alguém sempre se sentirá ofendido em qualquer opinião, pensamento ou sentimento que você tenha. O autismo não define meu filho, então, recuso-me a glorificar algo que os perturba e faz com que se sintam diferentes. Os programas de TV destacam a inteligência das pessoas com autismo, mas não vemos os lados sombrios. Não vemos as fezes manchadas por todas as paredes, os buracos nas paredes após as crises, as marcas de mordida deixadas nos braços dos cuidadores, os gritos, o choro e o trabalho extra envolvido. Nem tudo é alto QI e conversas espirituosas”, finalizou.

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