A história de uma paciente de 25 anos que permaneceu seis dias internada devido a complicações provocadas pela Covid-19 terminou com final feliz em dose dupla em Arujá, na região metropolitana de São Paulo.
Ao ter alta na última sexta-feira (3), Diana Bianca da Silva foi surpreendida não só com os aplausos de dezenas de profissionais da saúde que a esperavam na saída, mas principalmente com um pedido de casamento: o noivo, Flávio Valdivino Malaquias, teve a ideia e preparou toda a surpresa no período em que Diana se recuperava da doença (assista ao momento no vídeo acima).
“Foi até um susto. Até então achei que era apenas um agradecimento, por eu ter passado a semana lá e conseguido sair bem do hospital, graças a Deus. Como em todos os lugares estava tendo, achei que o máximo que aconteceria eram aquelas plaquinhas de que venci a Covid-19. Imaginei que seria isso, e não que no final sairia um pedido de casamento. Então ele conseguiu me surpreender”, conta Diana.
Flávio e Diana se conhecem há nove anos e estão noivos há quatro. Ele conta que a ideia do pedido de casamento no hospital surgiu dois dias antes de a noiva ter alta.
Naquele momento, ela já apresentava melhora em seu quadro, então Flávio começou a colocar o plano em ação. Para isso, contou também com a colaboração de profissionais do próprio hospital, onde trabalha a irmã dele.
“A gente já tinha planejado de se casar, mas nunca teve um pedido oficial. Somos noivos há quatro anos e temos vontade de casar, lógico. Estávamos fazendo planos. Aí veio a doença e acabou atrapalhando. Então tive a ideia: já que ela está passando por uma fase difícil, mas graças a Deus está conseguindo atravessar, vamos fazer um pedido oficial, né? Aproveitar a oportunidade dessa fase difícil e levar um pouco de alegria para ela”.
“Combinei com todo mundo do Hospital Ipiranga, comprei o buquê de flores. Todo mundo apoiou, achou legal da minha parte. Então decidi fazer”, diz Flávio, que tem 29 anos e trabalha como impressor gráfico.
O tempo para preparar a surpresa não foi grande, mas, no dia de colocar o plano em prática, tudo saiu como Flávio esperava.
“Fizemos um corredor, e eu fiquei escondido atrás de todo mundo, agachado. Quando ela saiu do elevador, a gente colocou a música que ela gosta, e o corredor se abriu. Quando abriu, eu estava esperando a Diana no fim, com o buquê de flores e a plaquinha perguntando se ela queria se casar comigo. Ela aceitou meu pedido, chorou bastante. Aí fizemos um discurso breve, agradecendo o pessoal do hospital pela oportunidade e pela cura da doença”.
Os primeiros sintomas e o período de internação
Flávio conta que chegou a ter alguns sintomas típicos da Covid-19, como a perda de olfato e paladar, mas foi Diana, que trabalha em uma casa lotérica em Arujá, quem desenvolveu o quadro mais grave.
“Eu tive muitas dores nas costas. Os primeiros sintomas foram essas dores nas costas, uma febre não muito alta. Depois veio um pouco de dor de garganta, dor de cabeça um pouco mais fraca. Nada muito forte. O que vinha muito forte eram as dores nas costas. Depois de uma semana isso se agravou e veio uma falta de ar forte”, lembra ela.
“No início eu achei que era apenas uma gripe um pouco mais forte. Na sexta-feira eu fiquei muito ruim e entrei em choque, porque já não conseguia respirar. Eu nunca tive nenhum problema de respiração, de saúde, nada. Eu nunca tinha sido internada na vida. Na sexta eu não conseguia dar dois passos direito, tinha que falar com mais calma. Foi bem complicado”.
Diana conta que um dos exames feitos indicou que parte dos pulmões dela estava comprometida. Como o quadro continuou se agravando, ela procurou um hospital particular de Arujá no domingo, dia 28 de junho, quando já permaneceu internada. Ela ficou em tratamento no local até a sexta-feira seguinte, dia 3 de julho.
No período em que ficou no hospital, Diana precisou fazer uso de oxigênio, mas aos poucos foi apresentando melhora. “Na quinta-feira, fiquei sem o cateter, e na sexta, como eles viram que eu tinha reagido bem sem o oxigênio, tive alta. Meu pulmão também estava melhor e eu poderia fazer o tratamento em casa mesmo”.
A recuperação e uma data que ficará marcada
Após o susto da doença seguido de um momento de grande felicidade com o pedido de casamento, Diana, que trabalha em uma casa lotérica em Arujá, segue se recuperando e ainda tomando alguns cuidados.
“A fisioterapeuta do hospital tinha me dito que, realmente, quando eu chegasse em casa, no começo ainda me sentiria um pouco cansada. Eu faço as coisas, mas faço mais devagar, porque se eu fizer um pouco mais rápido, me falta um pouco de ar. Mas, graças a Deus, sintomas eu não tenho mais nenhum, e agora estou fazendo um tratamento de 28 dias”.
E os planos de Diana para o futuro vão além de se recuperar 100% do problema de saúde que precisou enfrentar recentemente. Flávio conta que, por conta do cenário atual de pandemia, ainda não é possível definir uma data exata para que o casamento, enfim, seja realizado. Porém, já é certo que essa história teve um capítulo muito marcante no dia 3 de julho de 2020.
“Foi o melhor sentimento possível. Primeiramente fiquei feliz por eu ter conseguido, graças a Deus, estar bem. É muito complicado, porque você acha que não vai ver mais ninguém, todo mundo tem que se afastar, infelizmente. É um mistura se sentimentos em um momento como esse. De alegria e de vitória por ter conseguido sair bem de lá e por ter sido surpreendida assim. Fiquei muito feliz”.