Facções no AC cobram mensalidades de R$ 150 de traficantes e R$ 50 de ‘sócios’

Em meio a guerra de facções que assombra o estado do Acre e que ceifa diariamente a vida de jovens envolvidos com o crime, a reportagem do ContilNet obteve informações de como funciona os bastidores das duas maiores facções: Comando Vermelho e Bonde dos 13.

Durante a semana, ouvimos alguns jovens acreanos envolvidos no esquema criminoso, porém, para preservar a vida dos informantes, decidimos não identificá-los. Um deles, que vamos chamar de João, revelou que apesar de rivais, as duas têm algo em comum: cobram mensalidades fixas de seus integrantes, dinheiro usado para financiar o crime com armamentos e munições, além de enriquecer os chefes do crime organizado.

João relatou que quando um jovem de um determinado bairro decide entrar para uma das facções, ele automaticamente passa a pagar algo em torno de R$ 50 para a organização e, em seguida, recebe um código de identificação, código esse que é dado por meio do sistema nacional. O dinheiro é pago ao comandante da localidade.

Como funciona no tráfico

Agora, o outro entrevistado, que chamaremos de José, contou que se o cidadão, após um tempo no ramo, desejar abrir sua própria boca de fumo no bairro em que mora, ele tem que primeiro solicitar autorização dos conselheiros. Logo depois, ele precisa desembolsar por mês, cerca de R$ 150 pela venda da droga, além da mensalidade, totalizando R$ 200.

Mas, nesse ramo existem regras cruéis, e quem quiser burlar as normas das facções pode pagar um preço alto. Por exemplo, quem se atrever a montar uma  ‘bocada’ sem a devida autorização, poderá ser sentenciado ao tribunal do crime, podendo inclusive, ser executado, ou perder o ponto de droga para o traficante local.

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