Com o período intenso de seca no Acre também chegam as queimadas urbanas e rurais que prejudicam ainda mais o Meio Ambiente e a saúde. Neste ano de 2020, especialmente, a última dimensão afetada tem dois grandes atravessamentos: a fumaça e a pandemia do coronavírus – ambas comprometendo o sistema respiratório.
De acordo com dados repassados pelo Corpo de Bombeiros nesta segunda-feira (20), o número de queimadas em todo o Estado, levando em consideração o período de 1 de janeiro de 2020 a 19 de julho de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado, aumentou de 130% a 140%.
No ano passado, foram registradas, no período citado, 1.026 queimadas urbanas em todo o Acre. Neste ano, o número mais do que dobrou: foram 2.177 ocorrências atendidas pelo órgão.
As consequências ruins disso, de acordo com o médico imunologista Guilherme Pulici, são inúmeras para o bem-estar e para o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Chegou indesejável visita das queimadas que tanto nos aborrece todos os anos com os diversos problemas à saúde que lhe acompanham. E esse acontecimento vem num momento em que enfrentamos o maior desafio epidemiológico de nossas vidas: a Pandemia pelo Coronavírus”, comentou.
“Tradicionalmente as queimadas sobrecarregam um já esgotado sistema de saúde que promete entrar em colapso antes mesmo dos dois problemas se encontrarem: queimadas e Covid-19”, continuou.
A profissional atentou ainda para o perigo que esse fato causa para as pessoas que fazem parte do grupo de risco.
“Para os idosos e portadores de doenças crônicas, essa combinação pode ser catastrófica trazendo provocando ainda mais repercussão sobre o combalido sistema respiratório desses pacientes. Nos restará torcer para que os órgãos de controle ajam com rigor que prevê a lei, punindo de modo exemplar aqueles que ousarem desrespeitá-la, colocando a vida de terceiros em risco”, salientou.
Orientações e prevenção
Quando questionado sobre os possíveis meios de prevenção, diante do cenário de aumento no índice de queimadas e pandemia do coronavírus, Pulici concluiu:
“Importante: alimentar-se bem, principalmente de alimentos ricos em nutrientes, hidratar-se bem, pois a desidratação resseca as mucosas e dificulta o trabalho do sistema imune, além adotar medidas caseiras que ajudam a melhorar a umidade do ar (toalhas úmidas dentro do quarto e umidificador)”.