Com flexibilização, médico no Acre alerta para possível aumento de casos de covid-19

Em entrevista ao ContilNet nesta semana, o médico imunologista Guilherme Pulici falou sobre as possíveis consequências da mudança de faixa, do vermelho para o laranja, em municípios do Baixo e Alto Acre, no decreto sobre a flexibilização na reabertura do comércio, a partir do ‘Pacto Acre sem Covid’, para o sistema de Saúde do Estado.

Ele, que atua diretamente no serviço público, acredita que haverá um aumento no número de casos de coronavírus nos próximos dias, em consequência da mudança, além de um crescente índice de internações.

A mudança, também de acordo com ele, será percebida, aproximadamente, dentro de 2 a 3 semanas.

“Sem dúvida, haverá um aumento no número de casos novos da doença, algo que será percebido dentro de 2 a 3 semanas, considerando o período de incubação da doença. Posteriormente haverá um aumento do número de pacientes internados e, na sequência, um aumento da taxa de ocupação dos leitos de UTI”, explicou.

Na ocasião, Pulici defendeu a reabertura paulatina do comércio, mas explicou que a população, o Governo e as prefeituras precisam estar atentas para o que os próximos números vão mostrar.

“Creio que neste momento, temos que reabrir as atividades econômicas e comerciais, colunas que sustentam a sociedade acreana, paulatinamente e observar rigorosamente os índices de casos novos, internações e taxa de ocupação das UTIs cobrando. Será nosso papel como cidadãos cobrar de todos os indivíduos e estabelecimentos comerciais a adoção de medidas sanitárias que permitam a flexibilização sistemática da quarentena de modo que possamos progredir para bandeiras mais desejáveis: amarela e verde”, continuou.

Nesta terça-feira (22), os dois grandes centros comerciais da Capital – o Via Verde Shopping e a Havan – já abriram as suas portas e receberam os primeiros clientes, desde o início da pandemia. Cruzeiro do Sul, no Juruá, já está na faixa laranja e, por isso, também, com alguns serviços já disponíveis. A reabertura conta com regras sanitárias e de segurança, é o que prevê o documento estadual.

Ao final, o especialista acrescentou que o avanço precisa acontecer sem retrocessos, por isso trouxa a ideia de responsabilidade social e compromisso dos gestores com a melhoria do Sistema Único de Saúde (SUS).

“A situação epidemiológica é favorável, com melhora de diversos índices que remetem à contaminação pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) à capacidade do Sistema de Saúde e à  responsabilidade social. Mas não podemos deixar, claro, de cobrar dos executivos estadual e municipais a devida fiscalização para que caminhemos num só sentido: em direção à bandeira verde, sem retrocessos”, finalizou.

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