“A Covid-19 mudou muita coisa na minha vida”. Essa foi a frase dita pela advogada acreana Isabela Fernandes, de 36 anos, quase três meses após ter sido infectada pelo coronavírus e ter vivenciado dias difíceis na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – quando ela pensou por muitos momentos que não voltaria para casa -, por conta das complicações severas do caso.
A jurista foi uma das primeiras pessoas diagnosticadas no Acre e a primeira paciente a ocupar a UTI Covid, montada no Pronto-socorro de Rio Branco para o atendimento dos casos graves.
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Em entrevista ao ContilNet, Isabela explicou que precisou de mais ou menos 40 dias, após sair da UTI, para retornar à sua vida normal. Além disso destacou que, mesmo recuperada, adquiriu uma sequela que lhe acompanha até hoje: o derrame no pulmão direito – consequência direta do vírus, que atinge o sistema respiratório.
“Apesar dos traumas ocasionados pelo período de internação na UTI, eu consegui me recuperar bem e hoje sigo com minha vida pessoal e profissional, mas a única sequela física que ficou, causada diretamente pelo vírus, foi o derrame no pulmão direito, que compromete ainda uma parte da minha respiração”, comentou.
Fernandes destacou que a dificuldade se apresenta, mais notadamente, quando ela faz alguns exercícios simples, como subir uma escada ou correr. “Pra eu fazer uma atividade simples, que é subir uma escada, eu sofro um pouco”, disse.
Para tratar o problema, Isabela faz fisioterapia em casa. Segundo o que dizem os seus médicos, o tratamento deve durar em todo de 6 meses.
“Eu nunca tive doença respiratória nenhuma e essa dificuldade é uma consequência direta da Covid-19”, argumentou.
Ao sair do hospital, a acreana demorou 10 dias para conseguir começar a andar.
Rotina
“Desde que saí do hospital, eu intensifiquei mais ainda todos os cuidados e medias de segurança, como uso de máscara, higienização das mãos e de superfícies na casa, além de outras coisas”, continuou.
Para se manter fortalecida, a advogada escolheu praticar exercícios (dentro das condições possíveis), cuidar da alimentação e manter o isolamento.
“Eu pratico exercícios em casa, caminhadas curtas, cuido da minha alimentação e me fortaleço, como é possível. São formas de aumentar a minha imunidade”, salientou.
Outra ameaça do vírus
Isabela disse que o medo quis tomar outra vez a família, quando a sua irmã gêmea, que é fisioterapeuta intensivista e que cuidou dela durante sua internação, também foi infectada, há duas semanas.
“Meus pais ficaram muito preocupados. Pensaram: “Meu Deus, agora minha outra filha passando por isso”. Não foi fácil. Parecia que aquele filme todo ia se repetir”, contou.
Felizmente, a irmã, ao ser diagnosticada em tempo hábil e medicada logo durante o surgimento dos primeiros sintomas, não teve complicações severas.
“Ela já está com duas semanas isolada e se recuperando bem, graças a Deus”, explicou.
“Esse vírus não é brincadeira”
Ao deixar uma mensagem final, Isabela reiterou o que disse na primeira entrevista e explicou que “o mundo deve aprender a lidar com esse vírus”.
“Esse vírus não é brincadeira. Temos que manter todos os cuidados necessários e aprender a lidar com esse vírus que está aí. Infelizmente, temos que nos adequar a ele, e não o contrário”, finalizou.