Um emaranhado de rios que se encontram, se conversam, que trocam energias e sustentam a Amazônia. Assim também são as mulheres negras da região. Cada vez mais conectadas, elas protagonizam, neste sábado (25), uma rica e extensa programação alusiva à três datas especiais: o Dia Nacional da Mulher Negra, Dia Nacional de Tereza de Benguela e Dia Internacional da Mulher Negra Latina-americana e Caribenha.
Em toda a Amazônia, mulheres negras organizam uma marcha virtual que será transmitida 100% online. Os eventos serão abertos e qualquer pessoa pode participar, basta se dirigir ao canal Mulheres Negras Amazônidas, no YouTube, a partir de 16h.
No Acre, uma programação mais do que especial. Isso porque será a primeira marcha para celebrar a data no estado. “É muito simbólico porque a gente demarca a visibilidade de falas, de região, de mulheres afroamazônidas e abre para que a nova geração pesquise, exercite a curiosidade sobre a data. E precisamos ressaltar a importância do Pará nessa construção, com foco na figura de Nilma Bentes, uma das protagonistas da marcha de 2015. Isso foi muito tranformador para mim, porque quando temos essas informações a gente cria outros referenciais de mulheres do lado de cá e se fortalece mais”, pontua a socióloga Jaycelene Brasil.
Camila Cabeça é uma das mulheres que fazem parte dessa programação. O mais interessante: reúne suas raízes paraenses e o amor pelo Acre. Morando no Estado e estudando artes pela Universidade Federal do Acre, ela é um dos destaques da programação. Sua carimbólive recebe a cantora, compositora e jornalista paraense Priscila Duque.
“Super importante, essa conectividade. Sobretudo porque a gente é da periferia do Brasil. Norte e Nordeste são confundidos, né? Acredite nisso… Priscila Duque é muito maravilhosa! Já tinha pensado em chamá-la em uma data importante. E esse dia é muito importante, estou respirando essa perspectiva de Dia Nacional de Tereza de Benguela, vivendo a importância dessa data”, conta à nossa reportagem.
Camila celebra a união das mulheres da Amazônia e fala sobre essa conectividade. “Nós, mulheres amazônidas, nos ajudamos, assim como os nossos rios entram em conexão. Entendemos que nossas estradas são os rios. Isso é incrível! Nossas territorialidades são diferentes. Entendo isso como a urbanidade amazônica. Quando reunimos, quando me reúno com essas mulheres, sinto que estamos pulsando a Amazônia no lugar de fala da Amazônia. Estamos cansados de ver pessoas falando de Amazônia sem viver a Amazônia”, finaliza.
As Mulheres Negras Amazônidas estão nas redes sociais. Caso você queira prestigiar o trabalho feito por elas, basta acessar os links: https://www.facebook.com/mulheresnegrasamazonidas/?ti=as (Facebook) e https://instagram.com/mulheres.negras.amazonidas?igshid=1rwq5t83qdd97 (Instagram)