Com seus 2,11 metros de altura, Jonathan Isaac dificilmente não chama atenção por onde passa. Mas o ala-pivô do Orlando Magic ganhou ainda mais destaque quando escolheu não se ajoelhar durante o hino dos Estados Unidos na partida contra o Brooklyn Nets nesta sexta-feira. Além disso, ele também foi o único de todos os jogadores da bolha da NBA a não vestir uma camisa com a frase “Vidas Negras Importam”.
A volta da liga de basquete tem sido marcada por diversas manifestações. Além de se abaixarem durante o hino, em protesto contra a desigualdade racial nos Estados Unidos e no mundo, jogadores também têm usado mensagens em suas camisas no lugar de seus nomes. Dentre elas, destaque para “igualdade” e “reforma educacional”, entre tantas outras. As quadras também trazem a mensagem “Vidas Negras Importam” próxima ao logotipo da NBA.
Além de Isaac, o técnico Gregg Popovich e a auxiliar Becky Hammon, ambos do San Antonio Spurs, também se mantiveram de pé durante a execução do hino dos Estados Unidos antes do duelo contra o Sacramento Kings. Ao contrário do que ocorreu nos dois jogos que marcaram a retomada das partida oficiais (Jazz x Pelicans e Clippers x Lakers), antes dos quais todos se ajoelharam, tanto comissões técnicas como atletas.
Depois da vitória do Magic sobre os Nets, Isaac foi questionado se acredita que vidas negras importam. “Absolutamente”, respondeu. “Eu acredito que vidas negras importam. Muito se falou sobre a minha decisão, e parte disso é porque eu acho que se ajoelhar e vestir a camisa não vai ao encontro de ajudar vidas negras.”
Isaac, que se tornou ministro ordenado em março, citou sua fé diversas vezes enquanto descreveu o motivo de tomar sua decisão. “Eu não acho que ajoelhar ou colocar uma camisa para mim, pessoalmente, é a resposta”, disse. “Eu acho que pra mim vidas negras são apoiadas pela religião. Todas as vidas são apoiadas pela religião. Que todos nós temos coisas que fazemos de errado e, às vezes, chega a um ponto de apontar os dedos sobre qual erro é pior.”
O ala-pivô ainda revelou que teve uma reunião com a equipe antes da partida contra o time de Brooklyn para anunciar sua decisão. “Eu disse a eles que eles sabem quem eu sou como homem, eles sabem quem eu sou como pessoa. Eles sabem o que eu acredito e me respeitam e à decisão que eu fiz, e isso é tudo amor”, contou.
“Eles entenderam que para mim, pessoalmente, não se trata de uma posição de querer me tornar popular ou visto ou outra coisa que não seja ser um servo humilde de Jesus. E é aí que eu cravei minha bandeira e é como eu me sinto, e eles me respeitam por isso, pois sabem quem eu sou, conhecem meu coração”, completou Isaac.