O homem que apareceu nesta semana em um vídeo xingando um motoboy, em Valinhos, no interior de São Paulo, foi flagrado há dois anos tacando pedra em um carro no condomínio onde mora. O registro foi exibido hoje no “Fantástico”.
Segundo a reportagem, a vizinha que teve o veículo danificado se mudou porque ficou com medo do contabilista Mateus Abreu Almeida Prado Couto, de 31 anos.
O programa da Globo ainda conversou com um psiquiatra que já cuidou de Mateus Prado, que confirmou que ele sofre de esquizofrenia paranoide. Porém, um outro especialista ouvido pela reportagem disse que uma investigação é necessária.
“Aparentemente, esse rapaz não estava em surto psicótico. Ele tinha capacidade mental, cognitiva, afetiva e ideal do controle que é demonstrado pelas atitudes, expressão verbal e gestos pelo vídeo”, disse Paulo Clemente Sallet, psiquiatra do Hospital das Clínicas – USP.
Ontem, um grupo de entregadores organizou um buzinaço em frente ao condomínio onde o motoboy Matheus Pires foi vítima do ato racista.
O ato em apoio ao entregador ocorreu por volta das 9h no bairro Chácara Silvania, onde fica o conjunto. Segundo organizadores do evento, ao menos 100 entregadores e apoiadores estiveram presentes no protesto.
Relembre o caso
O vídeo de um ato de discriminação viralizou na internet nesta semana. As imagens feitas por um morador de um condomínio residencial de alto padrão mostram um homem branco xingando e humilhando um entregador de aplicativo negro por causa de um atraso na entrega.
O caso aconteceu em 31 de julho, mas só repercutiu após a mãe de Matheus Pires, 19, publicar as imagens nas redes sociais na noite desta quinta-feira (6).
O episódio aconteceu quando Matheus, que é motoboy a serviço do iFood há pelo menos um ano, entregava uma refeição no condomínio.Um vizinho começou a filmar apenas depois de a discussão começar. É possível ver Matheus sendo chamado de “lixo” e “semianalfabeto”.
O agressor diz ainda que o jovem tem “inveja da vida que as pessoas dali têm”, e afirma que o profissional não tem onde morar, nem “nunca vai ter nada disso aqui”.
Em dado momento, o homem branco aponta para o braço e diz que o entregador negro tem inveja daquilo, mas nunca poderá ter aquilo.
A Polícia Civil de Valinhos informou que não há inquérito aberto para apurar o caso.