Maior acidente aéreo da história do Acre, que vitimou 23 pessoas, completa 18 anos

A tristeza, a comoção e o luto tomou conta de todo estado do Acre naquele 30 de agosto de 2002. A maior tragédia aérea registrada na história do Acre, com a queda do avião da extinta Rico Linhas Aéreas, completa 18 anos em 2020. Os acreanos vivenciaram um dos momentos mais comoventes, que tomou proporções nacionais, quando 23 pessoas morreram no acidente aéreo, que deixou apenas 08 sobreviventes.

Aquele 30 de agosto deixou não apenas 23 famílias órfãs, mas todo um estado em luto, diante da dor e perda de vidas. A aeronave decolou às 16h25 de Cruzeiro do Sul, com escala em Tarauacá, com destino a Rio Branco. Após fazer escala, o avião enfrentou uma forte tempestade, e ao chegar no espaço aéreo entre Rio Branco e Bujari, a comunicação entre os pilotos e a torre do aeroporto foi interrompida, sendo reestabelecida somente após uma ligação de um dos passageiros, que conseguiu sair das ferragens e conseguiu avisar sobre a queda do avião, em uma casa que se abrigou.

O avião caiu a pouco menos de 20 km da cabeceira da pista do aeroporto da capital, exatamente na fazenda dos Alves, no ramal Chapada. Na época do acidente acontecia em Rio Branco a ExpoAcre. No momento do embarque, ainda em Cruzeiro do Sul, várias pessoas tentavam comprar passagens para participar da festividade, alguns passageiros que já estavam marcados desistiram da viagem, para dar lugar a outras pessoas.

Um inquérito policial foi instaurado em setembro de 2002 pelo Ministério Público Federal e encerrado em abril de 2010 para apurar a responsabilização penal dos possíveis responsáveis por falhas mecânicas ou pela suposta falta de combustível na aeronave que teria sido a causa do acidente. A Empresa Rico afirmou na época que o acidente foi ocasionado em razão da tempestade que ocorria na região.

Velório coletivo

A cerimônia fúnebre dos 23 passageiros do voo 4823 foi comovente e uniu o estado por completo. Talvez, nenhuma situação uniu tanto o povo do Acre. Em Rio Branco, a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) e o Colégio Barão do Rio Branco (CERB) foram usados como capela para velar os corpos.

Depois de embalsamados, os corpos foram transladados para Cruzeiro do Sul. Ao chegar ao Juruá, dois carros do corpo de bombeiros, esperavam no Aeroporto. Uma rápida cerimônia foi realizada com a participação de milhares de pessoas. Em cortejo, percorreram as principais ruas da cidade. Os comerciantes fecharam as portas em homenagem às vítimas. Havia pranto nos quatro cantos da cidade.

Vítimas fatais:
José Edilberto Gomes Sousa
Maria de Fátima Soraes de Oliveira
Ailton Rodrigues de Oliveira
Francisco Cândido da Silva
Walter Teixeira da Silva
Paulo Roberto Freitas Tavares (piloto)
Maria Alexandra de Andrade Costa
Luis Maciel da Costa (vereador de Cz do Sul)
Rosângela Pimentel Cidade Figueira
Francisco Darichen Campos
Raimundo Araújo Sousa
Maria José Passos Miranda
Carina Matos de Pinho Cremilda Nogueira
Kátia Regina Figueiredo Barbosa (comissária)
Maria Raimunda Iraide Alves da Silva
Geane de Sousa Lima
Arlete Soares de Sousa
João Alves da Silva
Rosemeire dos Santos Lobo
José Waldeir Rodrigues Gabriel
Paulo Roberto do Nascimento (co-piloto)
Idelfonso Cordeiro (deputado federal)

Sobreviventes:
Raceni de Melo Cameli Theodorico
Fernandes de Melo
Antonio Napoleão de Oliveira
Maria José Albuquerque
Maria Célia Rocha
Maria de Fátima Meireles de Almeida
Luiz Wanderlei da Silva
João Célio Gonçalves Gaspar

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