Ao menos 55% da população de Rio Branco aumentou o consumo doméstico em relação ao ano passado, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas Empresariais do Acre (Ifepac), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio/AC). O estudo foi feito de forma remota junto a moradores da capital acreana entre os últimos dias 27 de agosto e 17 de setembro e o objetivo era estudar o perfil do consumidor local para, efetivamente, traçar metas quanto as medidas a serem tomadas.
Em relação à população economicamente ocupada em Rio Branco, 80% da parcela contatada afirmou trabalhar no âmbito da iniciativa privada, aí considerado as pessoas com vínculo formal de trabalho mais aquelas que desenvolvem atividades econômicas como autônomas. Os demais, 20%, se apresentaram como servidores públicos. Quanto ao nível de renda das famílias de Rio Branco/AC, as informações apontaram que 62% recebem renda mensal de até quatro salários mínimos, sendo 2% com renda de até um salário; 25% entre um a dois salários; e 35%, entre dois a quatro. Conforme a pesquisa, 28% teriam renda igual e superior a cinco salários mínimos.
O estudo reiterou também que, para 47% das pessoas contatadas, a renda da família residente no mesmo endereço se apresentaria superior à soma das despesas fixas do mês. Porém, para 49%, a renda atual da família não alcançaria o valor mensal exigido pelas despesas domésticas.
A pesquisa concluiu ainda que, diante a situação da crise instalada no país, 55% da população com atividade remunerada na capital acreana disse acreditar apenas na manutenção no nível de renda atual nos próximos meses. Outra parcela de 16% enxergou cenários capazes de contribuir para crescimento de renda nos próximos meses, mesmo se mantendo a situação econômica atual; 13% não se manifestaram quanto a perspectiva de variação de renda no curto prazo, e outros 16% entenderem que haverá redução da renda familiar nos próximos meses.
Além disso, para 18% dos rio-branquenses, a renda da família experimentou crescimento em relação ao ano passado, enquanto a parcela de 41% destacou redução; 39% que afirmou sobre renda familiar inalterada com relação ao ano passado. O estudo reafirmou também que, com a normalidade da atividade comercial, 27% da população de Rio Branco/AC afirmou acreditar que as famílias terão aumento de consumo doméstico, considerando a perspectiva de reabertura de diversos postos de trabalhos ora interrompidos. Entretanto, mesmo com a normalidade das crises, para outra parcela de 33%, o nível de consumo doméstico deve permanecer inalterado. A pesquisa observou ainda mais 33% sem perspectiva de aumento de consumo doméstico das famílias no curto prazo.
Para 55% da população, seria remota a possibilidade de manutenção dos empregos da família após a travessia desse período de incertezas. Outra parcela (31%) estimou que apenas o emprego do contatado deve ser mantido, os demais da família serão perdidos. Ainda houve a parcela (14%) da população que não se manifestou sobre manutenção (ou não) de empregos nos próximos meses. Com relação à oferta de crédito bancário no Brasil, 53% dos rio-branquenses consideraram as modalidades como de alto custo e complexas para acesso das pessoas comuns. Para outra parcela de 29%, tratava-se de oferta desestimulante. Porém, 16% embora considerando um produto financeiro de alto custo, acharam de fácil acesso para quem interessar.