O Ministério da Infraestrutura (MInfra) anunciou nesta segunda-feira (19) a fusão das estatais Valec, responsável por construir ferrovias, e da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), criada em 2012 para implementar o projeto fracassado do trem-bala entre Rio e São Paulo.
A nova empresa vai se chamar Infra S.A.. As duas empresas serão formalmente incorporadas.
“A incorporação das empresas irá reduzir os custos de manutenção da União e priorizará o que há de melhor em conhecimento e capital humano de ambas para projetos de infraestrutura”, informou o ministério.
A previsão é que o plano de reestruturação seja apresentado em três meses e todo o processo de junção esteja concluído em nove meses. Após a implantação, serão realizadas avaliações trimestrais de acompanhamento da nova empresa, disse a pasta.
O Ministério da Infraestrutura diz que um dos principais objetivos da incorporação é otimizar os gastos por meio de uma empresa “mais enxuta, eficiente e sustentável”. Segundo a nota, a Infra S.A “terá a missão de estruturar os projetos de concessão de ativos à iniciativa privada em longo prazo”.
Todo o processo de transição será apoiado pela consultoria Falconi, especializada no segmento.
“Um novo modelo de negócios será criado pela consultoria, contemplando as seguintes perspectivas: organizacional, operacional e de gestão e seu plano de implementação. Em 90 dias, os consultores apresentarão os resultados do modelo, com padrões para a governança do projeto e o alinhamento estratégico com os principais executivos das empresas”, ressalta o ministério.
No ano passado, o governo chegou a informar que estudava a fusão da EPL, Valec e Infraero. Também já passou pelos planos da equipe econômica fechar EPL e Valec, mas a decisão final foi de fundir as duas.
A Valec, responsável pela construção e administração de ferrovias federais, é dependente de recursos do Tesouro e alvo de denúncias de corrupção. Nos úlitmos anos, os planos do governo para o setor foram repassados à iniciativa privada.
Com o abandono do projeto do trem-bala, durante o governo Dilma Rousseff, a EPL passou a atuar nos estudos técnicos para as concessões de transportes. Foi a empresa, por exemplo, a responsável pelos estudos para o novo leilão da Via Dutra, previsto para 2021. [Foto de capa: Pablo Jacob/Agência O Globo]