Empresas de mídias sociais e o governo britânico anunciaram nesta segunda (9) um acordo para tentar frear a disseminação de desinformação sobre vacinas contra a Covid-19.
Facebook, Twitter e Google se comprometeram a sinalizar mais rapidamente posts com informações falsas sobre os imunizantes e promover mensagens com informação cientificamente correta.
O Reino Unido patrocina uma das vacinas em estágio mais avançado de desenvolvimento, a produzida pela Oxford e AstraZeneca, atualmente em fase 3 de testes clínicos.
O Brasil está entre os países em que os experimentos são desenvolvidos, e a Fiocruz assinou contrato para produzir 100 milhões de doses da vacina.
Londres também será o local dos primeiros testes no mundo de desafio humano da Covid-19, nos quais voluntários saudáveis serão deliberadamente infectados com o coronavírus, num procedimento que acelera os testes de eficácia das vacinas experimentais. Os estudos devem começar em janeiro e serão financiados pelo governo do Reino Unido.
O secretário digital do Reino Unido, Oliver Dowden, se disse preocupado com o tempo que informações erradas ou falsas sobre as vacinas permanecem nas plataformas.
“A desinformação pode custar vidas. É importante a garantia dos gigantes da mídia social de não lucrar ou promover conteúdo antivacina sinalizado”, disse.
O governo do Reino Unido criou uma Unidade de Combate à Desinformação para monitorar conteúdo problemático e avisar as empresas de tecnologia.
A medida é considerada fundamental por uma das principais redes de vacinação global, a Gavi, que se prepara para distribuir 2 bilhões de doses contra Covid-19 quando houver uma vacina viável.
A imunização é a melhor esperança para contar o estado agudo da pandemia, e os governos precisam se antecipar para defender as vacinas antes que boatos se espalhem, afirmou em entrevista à Folha o principal executivo da Gavi, Seth Berkley.
“Conteúdo que contradiz o consenso científico sobre o vírus já está sendo removido e desmonetizado rapidamente”, afirmou o diretor-executivo do Google no Reino Unido, Ronan Harris, que prometeu ampliar as medidas no caso das vacinas.
Segundo a chefe de Políticas Públicas do Twitter no Reino Unido, Katy Minshall, os sistemas de controle da empresa já desafiaram milhões de contas suspeitas de veicular desinformação ou manipular o debate sobre Covid-19.
O Facebook afirmou que aumentou a conexão dos usuários a informações precisas sobre vacinas e Covid-19, sempre que eles pesquisam esses tópicos.
“Nos primeiros meses da pandemia, direcionamos mais de 3,5 milhões de visitas para aconselhamento oficial do sistema público de saúde do Reino Unido”, disse Rebecca Stimson, chefe de Políticas Públicas do Facebook no Reino Unido.