Associado denuncia suposta quadrilha de venda de corotes dentro da Fundhacre

A reportagem do ContilNet foi procurada nesta semana para uma denúncia contra uma suposta formação de quadrilha dentro do Hospital das Clínicas do Acre, envolvendo a venda de corotes usados para guardar um ácido que faz a limpeza dos equipamentos de hemodiálise.

A informação foi dada pelo presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos e Transplantados do Acre (Apartac), Emerson da Silva Santos. De acordo com ele, os frascos cheios que são adquiridos por meio de licitação para o setor de nefrologia, depois de usados, são vendidos por enfermeiros, técnicos e zeladores, que não tiveram nomes divulgados.

Corote visto em posto de gasolina de Rio Branco/Foto: Cedida

A orientação é que após o uso, o vasilhame seja levado para uma empresa que trabalha com reciclagem específica do produto, já que sua reutilização não é orientada pelos fabricantes.

“É uma máfia. Acumulam lá e vendem para qualquer pessoa que tenha interesse. Já me disseram que até caminhão saiu de lá, durante a madrugada, com vários”, explicou.

Emerson disse ainda que os recipientes são vendidos a R$ 3 a unidade e são utilizados, inclusive, para estocar gasolina, como na foto enviada à nossa reportagem, que mostra um corote em um dos postos de gasolina de Rio Branco.

Já que, diariamente, pelo menos 600 corotes são utilizados, por conta da quantidade de transplantados e do tempo que dura cada sessão, o lucro adquirido ao final do mês chegaria em torno de R$ 54 mil.

Santos explicou que em todo o Brasil os descartáveis são repassados para a associação dos pacientes renais, mas não é o que acontece no Acre, já que todos ficam sob a responsabilidade do hospital.

“É uma regra nacional, que aqui não é obedecida. Já apresentamos uma empresa que faz o processo de reciclagem do produto, mas nunca nos repassaram e nem ligaram para o que oferecemos, porque, certamente, querem lucrar”, salientou.

Ao final da entrevista, quando questionado sobre o possível destino do valor arrecadado, Emerson respondeu: “Devem dividir entre eles”.

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